O Ministério Público pretende provar à Justiça que o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, também tem envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza Samudio. A condenação do fiel escudeiro do goleiro Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e da ex-namorada do atleta Fernanda Gomes de Castro, na semana passada, lança luz sobre o personagem que figurou como suspeito durante as investigações da Polícia Civil. Como consta no processo, foi Zezé quem apresentou Macarrão e Bruno ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Nos cinco últimos dias de vida de Eliza, outro forte indício, segundo as investigações: Zezé falou 53 vezes por celular com Macarrão, Bola e o menor J., primo de Bruno. O promotor Henry Wagner Vasconcelos, que conseguiu a condenação de Macarrão e Fernanda, pretende até dezembro denunciar Zezé à Justiça com base em provas do processo.
O policial aposentado conversou 18 vezes com o caseiro do sítio de Esmeraldas, Elenilson Vitor da Silva, entre os dias 5 e 10 de junho de 2010, período em que Eliza e o filho estavam no local. De acordo com o processo, Zezé ligou para a delegacia no dia em que ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, detida, foi acusada de sequestrar o bebê. Naquele dia, foi ele quem mandou um torpedo para o celular de Macarrão, informando-o sobre a movimentação da polícia em busca do menino. Macarrão chegou a orientar Dayanne a tirar Bruninho do sítio e ela então entregou a criança a Elenilson e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do goleiro. Os dois são réus, mas tiveram o processo desmembrado. O julgamento deles ainda não foi marcado.
“Na época, tentamos de tudo, mas não conseguimos elementos suficientes para indiciá-lo. Ouvimos o Zezé duas vezes e ele contou que era amigo de Bola e que os dois planejavam inaugurar um paintball. Sobre as ligações para Macarrão, ele disse que Bruno financiava seu grupo de pagode. Muitas vezes a polícia tem conhecimento, mas precisa trazer como prova”, explica a delegada Alessandra Wilke, que investigou o caso. “Zezé conhecia os dois e minha intuição diz que ele participou. Tínhamos indícios, mas isso não bastava. Com os autos suplementares , a polícia terá mais tempo para chegar até ele.”