Os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiram adiar a análise do pedido de liberdade para o goleiro Bruno Fernandes, que é acusado pelo sumiço e morte da ex-amante, a modelo Eliza Samudio. O habeas corpus deve ser julgado na próxima semana.
A sessão que julgaria o recurso começou às 13h45. O advogado do goleiro, Lúcio Adolfo, foi ouvido pelos desembargadores. O defensor enfatizou que o objetivo do atleta é deixar a prisão para trabalhar. Esse argumento já havia sido exposto no documento entregue à Justiça. No pedido foi expresso o interesse do Boa Esporte Clube, time de Varginha, no Sul de Minas, em contratar o atleta para para integrar a equipe, que disputa o Módulo I do Campeonato Mineiro.
O julgamento de Bruno e da ex-mulher dele Dayanne Rodrigues, sobre o sumiço e morte de Eliza, está marcado para começar na próxima segunda-feira no Fórum de Contagem, na Grande BH. De acordo com o TJMG, o habeas corpus pode ser julgado mesmo durante o júri.
Fatos novos esquentam o caso
A menos de uma semana do julgamento do principal personagem do caso, novas informações agitam ainda mais o processo. Nesta quarta-feira, foi divulgado que está sendo investigado o envolvimento de um terceiro policial civil na morte de Eliza Samudio. As apurações foram feitas pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público. O novo suspeito, o agente Gilson Costa, é corréu no processo do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, sobre o desaparecimento e morte de duas pessoas em Esmeraldas, na Grande BH, há cinco anos. Os dois atuaram juntos no extinto Grupamento de Respostas Especiais (GRE) e mantiveram, segundo a promotoria, “inúmeros contatos telefônicos” durante o período em que a ex-amante do goleiro Bruno Fernandes esteve em Minas Gerais, inclusive no dia da morte dela.
Nessa terça-feira, a Justiça autorizou que a entrevista de Jorge Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, seja anexada ao processo. Na reportagem, divulgada pelo programa Fantástico, no último domingo, Jorge quebrou o silêncio e apontou Macarrão como mandante do crime, mas não conseguiu livrar o ex-capitão do Flamengo da suspeita de ter articulado o assassinato de Eliza. Nervoso e reticente, ele respondeu às perguntas procurando incriminar Macarrão, chegando a dizer que o braço direito de Bruno queria matar a dentista Ingrid Calheiros, na época uma das namoradas e hoje mulher do goleiro. Em momento nenhum, citou Bola como o assassino da modelo, como havia dito no primeiro depoimento dado à polícia em 2010, logo em que o fato foi descoberto.
(Com informações de Paula Sarapu)