A estratégia da defesa de Bruno foi de negar a autoria da morte de Eliza Samúdio. Bruno buscou se afastar completamente da articulação do crime. Ele afirmou à juíza que desconhecia o plano de Macarrão sobre o assassinato e negou ser o mandante. “Eu não mandei, mas aceitei”, declarou em tom humilde.
Ao dizer que “aceitou” o assassinato, Bruno estaria admitindo que poderia ter evitado o crime se tivesse solucionado de imediato os problemas com a jovem por causa da paternidade. Ele disse, inclusive, que Macarrão justificou ter mandado matar a modelo afirmando ter resolvido “o problema que tanto te atormentava”.
Para o assistente de acusação Cidney Mendes Karpinski, a confissão parcial de Bruno não será suficiente para que o réu seja beneficiado por uma redução de pena. O advogado avaliou que, ao contrário, as contradições do acusado poderão servir para que ele pegue a pena máxima.
Versão de Bruno
O goleiro chorou muito ao contar como ficou sabendo da morte de Eliza Samúdio. A versão contada pelo atleta se assemelha ao depoimento do primo dele, Jorge Rosa Sales, prestado à polícia no início das investigações sobre o sumiço e morte da modelo. Ele contou que sua ex-amante foi esquartejada, teve as mãos retiradas e os ossos jogados para cachorros comerem.
Bruno diz que questionou os dois sobre o que havia acontecido. Muito assustado, Jorge falou para o goleiro perguntar ao Macarrão e depois abriu o jogo. “Eles teriam ido para uma casa na Região de Vespasiano e entregado a Eliza para um rapaz chamado Neném. Lá, o rapaz perguntou para ela se era usuária de drogas e cheirou a mão dela. O rapaz pediu para o Macarrão amarrar a mão dela para frente e deu uma gravata nela”, diz Bruno, que completa. “O Jorge disse que Macarrão ainda pegou e chutou as pernas de Eliza. Em seguida tinham esquartejado o corpo dela e jogado os ossos dela para os cachorros comerem”.