Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, não ficou satisfeita com o depoimento prestado pelo goleiro Bruno Fernandes nesta tarde, em Contagem. Embora incrédula em uma suposta confissão, Sônia disse que esperava ao menos que o réu revelasse detalhes sobre o paradeiro dos restos mortais da filha.
"Já sabia que ele (Bruno) não ia confessar, mas gostaria que tivesse falado quem matou e onde estão os ossos da minha filha", comentou após o fim do interrogatório desta quarta-feira.
A mãe de Eliza também avaliou a postura do ex-atleta no júri, resumindo o comportamento do réu como "muito frio". "Tenho medo dele, se ele mandou matar minha filha, também pode mandar me matar", completou comentando a possibilidade de um regime semi-aberto para Bruno Fernandes.
Por fim, ao ser questionada sobre a presença de Bruno ao lado do filho, Bruninho, no caso de uma redução de pena, Sônia disparou: "que princípios morais ele vai passar para o meu neto, sendo o mandante da morte da minha filha".
Versão de Bruno
O goleiro chorou muito ao contar como ficou sabendo da morte de Eliza Samúdio. A versão contada pelo atleta se assemelha ao depoimento do primo dele, Jorge Rosa Sales, prestado à polícia no início das investigações sobre o sumiço e morte da modelo. Ele contou que sua ex-amante foi esquartejada, teve as mãos retiradas e os ossos jogados para cachorros comerem.
Segundo Bruno, Eliza deixou o sítio na noite do dia 10 de junho juntamente com Macarrão, Jorge e o filho dela. Ao atleta, a mulher teria dito que iria a um ponto de táxi e depois seguiria para São Paulo, onde resolveria alguns problemas. Após algumas horas, Luiz Henrique e o primo do goleiro voltaram somente com o bebê e as bagagens de Eliza.
Bruno diz que questionou os dois sobre o que havia acontecido. Muito assustado, Jorge falou para o goleiro perguntar ao Macarrão e depois abriu o jogo. "Eles teriam ido para uma casa na Região de Vespasiano e entregado a Eliza para um rapaz chamado Neném. Lá, o rapaz perguntou para ela se era usuária de drogas e cheirou a mão dela. O rapaz pediu para o Macarrão amarrar a mão dela para frente e deu uma gravata nela", disse Bruno, que completou: "O Jorge disse que Macarrão ainda pegou e chutou as pernas de Eliza. Em seguida tinham esquartejado o corpo dela e jogado os ossos dela para os cachorros comerem".