A lona imaginária murchou. Nos bons tempos, quando Bruno era a estrela do espetáculo, qualquer suspiro na plateia atraía a correria jornalistas, cinegrafistas, fototógrafos, carregadores de fios e das produtoras de TV parrudinhas. Ontem, nenhum dos 35 repórteres, cinegrafistas e fotógrafos se mexeu quando João Franklin, coração de mulher e corpo de homem, a dedicada rainha da Banda Mole de Contagem, abriu uma caixa de papelão contendo um punhado de cinzas e alguém gritou na multidão de três (ou seriam quatro?) curiosos, incluindo o sargento Salim (ou Salin): “Olhem, são as cinzas de Eliza Samudio!”. Parecem enfarados de correrias, boatos. Mas, pera aí, não eram 957.780 empregados da imprensa, incluindo as produtoras parrudinhas, que disputavam os entrevistados a empurrões? Eram, tempo certo do verbo. Agora são 35. Até a repórter grandona, que ensaiava o texto 150 vezes e ainda errava na transmissão, desapareceu sem deixar rastros.
“Cinzas de Eliza mesmo?”, perguntou um do povo, sem muito interesse, mas de forma oportuna, pois na arena interna, a principal da lona imaginária, a testemunha Jailson Alves Oliveira, um condenado por latrocínio, dizia que Bola, “bom matador”, havia lhe contado na cadeia que jogara as cinzas de Eliza em uma lagoa para peixe comer.
João Franklin, coração de mulher, respondeu ao curioso: “Não. São para dizer que aqui em Contagem não há atrocidades. Cinzas, só no crematório que há aqui na cidade”. Sabe qual a importância da caixa de João Franklin nesse caso? Nenhuma.
Dois e meio! Viu como o circo murchou? Os astros das transmissões ao vivo de grandes casos, desta vez, não deram as caras. Daqui a pouco, o que restou da lona imaginária vai embora, mas nada, nem ninguém, vai tirar de cena o sargento Salim ou Salin (o nome está grafado nas duas formas em documentos). O trânsito da cidade precisa dele para continuar fingindo que é organizado.