O goleiro Bruno Fernandes voltou a ficar frente à frente com um juiz na tarde desta quinta-feira na Vara de Execuções Criminais em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi ouvido pelo magistrado Wagner Cavalieri sobre uma confusão com outro detento e um agente penitenciário na Nelson Hungria. De acordo com o advogado Francisco Simin, que defende o atleta, Bruno afirmou que as acusações são infundadas e negou ter ameaçado presos.
O ex-atleta ficou sem o direito a banho de sol por 30 dias depois que se desentendeu com presos na lavanderia do presídio. Pela indisciplina, ele foi proibido de receber visitas, sair da cela e trabalhar.
O juiz abriu vistas do processo para o Ministério Público, que terá cinco dias para fazer as argumentações, e depois o mesmo período será dado a defesa do acusado. Em seguida o processo volta para as mãos do magistrado, que vai decidir se a atitude do goleiro configura pena grave. Caso isso aconteça, o atleta poderá perder alguns benefícios dados aos presos com bom comportamento, como a de remissão de pena.
Bruno e outras cinco pessoas respondem pela trama de sequestro e morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro, com quem teve um filho. No dia 8 de março, ele foi condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Eliza, além de sequestro do filho do casal, com pena total de 22 anos e 3 meses. Para ter direito à progressão do regime fechado para o semiaberto, em que poderia sair diariamente para trabalhar, Bruno tem que cumprir 7 anos, 9 meses e 15 dias de prisão da pena. O trabalho na penitenciária e o benefício de estudar são fundamentais para que ele reduza esse período atrás das grades, com a remição de pena.