O julgamento de Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, - acusados de envolvimento no sumiço e morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes – vai ser retomado com o interrogatório dos réus. Na manhã desta quarta-feira, um policial civil que participou das investigações foi ouvido. As outras oito testemunhas foram dispensadas.
Em seu depoimento, o policial Sirlan Versiani Guimarães, que foi arrolado pelo Ministério Público, contou detalhes sobre os depoimentos dos dois réus na fase de investigação do processo. A testemunha contou que quando os policiais foram ao sítio de Bruno, em Esmeraldas, na Grande BH, pela primeira vez, tiveram a impressão de que o local tinha sido deixado às pressas.
O policial também informou que os dois réus mudaram os depoimentos durante as investigações. Em relação a Elenílson, disse que ele negou que o filho de Eliza estivesse passado pelo sítio. Já em relação a Wemerson, contou que o acusado só informou que sabia do paradeiro da criança uma hora e meia depois do início do interrogatório. Isso causou estranhamento dos policiais.
Após o depoimento do policial, que durou aproximadamente uma hora, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues, que preside os trabalhos, deu um intervalo para o almoço. A Julgamento será retomado com o interrogatório dos dois réus do processo.
Atraso no julgamento
Os dois réus chegaram ao fórum antes das 9h. A Juíza Marixa Rodrigues iniciou os trabalhos no horário marcado e fez a chamada dos jurados. Em seguida, realizou o sorteio das sete pessoas que irão compôr o conselho de sentença. Dois homens e cinco mulheres vão julgar os réus.
Inicialmente, defesa e acusação dispensaram sete testemunhas. Apenas Tayara Dimas e Sirlan Versiani iriam prestar depoimento. Como Tayara não compareceu ao Fórum, a juíza suspendeu a sessão para tentar localizar a mulher. Ela só foi encontrada duas horas depois, e acabou dispensada.
Réus respondem em liberdade
Os dois acusados respondem ao processo em liberdade. Elenílson é acusado de colaborar com a função de vigiar Eliza dentro do sítio e mantê-la presa dentro de casa durante os dias de cárcere. Na fase de instrução do processo ele negou ter conhecimento do plano para matar a modelo paranaense, mas admitiu ter carregado e entregado o filho dela, Bruninho, para a ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza. Ele responde pelo sequestro e cárcere privado do bebê e pode pegar pena de um a três anos de prisão.
Wemerson era amigo e motorista de Bruno. Ele também comandava o time “100%” patrocinado pelo goleiro. Coxinha, como é chamado pelos amigos, também é acusado de sequestro e cárcere privado do bebê de Eliza, pois transportou o menino até ser entregue a Dayanne, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. O réu, assim como Elenílson, disse desconhecer o plano para a morte da jovem e alegou que apenas cumpriu ordens de Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Outros envolvidos já foram condenados
Bruno já foi condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Eliza, além de sequestro do filho do casal, com pena total de 22 anos e 3 meses. Além dele, também foram condenados o executor Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, o braço direto do goleiro, Luiz Henrique Romão, a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro. A ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues foi absolvida pelo júri. Todos foram acusados pelo Ministério Público de participar da trama criminosa que começou com a viagem de Eliza do Rio de Janeiro a Belo Horizonte e terminou com a morte da modelo, cujo corpo nunca foi encontrado.
Os julgamentos de cinco réus ocorreu em novembro de 2012, março e abril deste ano. A juíza redesignou a data de julgamento de Elenílson e Wemerson devido ao grande número de processos de réus presos que tramitam na comarca de Contagem. Os acusados presos possuem prioridade no julgamento em relação aos soltos. Como os dois estão em liberdade, a magistrada priorizou os outros júris para evitar excesso de prazo.