O goleiro Bruno Fernandes recebeu nessa quinta-feira, a primeira visita dos seus advogados na Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá, no Norte de Minas. Preso desde julho de 2010 e condenado a 22 anos e três meses de reclusão pela morte da ex-amante Eliza Samúdio, ele foi transferido na última sexta-feira (20) da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana, para a unidade no Norte de Minas. De acordo com os advogados, Bruno está satisfeito na nova “casa” e com a transferência, está mais esperançoso de que vai conseguir o retorno aos gramados.
“O pleito dele é voltar a jogar futebol e também “voltar” na Seleção Brasileira”, afirmou o advogado Francisco Simim, um dos defensores de Bruno, que, já foi convocado para a Seleção Brasileira sub-20.
Francisco Simim informou que nos próximos dias, assim que a documentação do detento for encaminhada para a Comarca de Francisco Sá, a defesa vai entrar com um pedido de autorização para que Bruno possa sair durante o dia para treinar no Montes Claros FC. Segundo especialistas, como está preso em regime fechado, o ex-atleta só poderia sair da cadeia para trabalhar a partir de 2019. Mas, os advogados sustentam que existe uma brecha na lei que permite o trabalho externo até mesmo para detentos que cumprem pena no regime fechado.
A defesa de Bruno sofreu uma primeira derrota na Justiça. Os advogados entraram com um primeiro pedido de autorização para o trabalho externo ainda quando o goleiro se encontrava na Penitenciária Nelson Hungria. Mas, o pedido foi negado pelo juiz da Vara de Execuções Penais de Contagem, Wagner Cavalieri. A partir de agora, o futuro de Bruno - se ele terá ou não autorização para sair da cadeia para trabalhar - será decidido pelo juiz da Vara de Execuções Penais de Francisco Sá, Flambo da Costa, que está em férias neste mês.
Simim disse que Bruno está “tão esperançoso” de que vai conseguir autorização para voltar aos gramados que sonha até mesmo em “disputar a próxima Copa do Mundo”. Ele também disse que já existem equipes interessadas em pagar a multa rescisória do contrato com o Montes Claros, no valor de R$ 2,8 milhões, para que possam contar com Bruno quando ele for autorizado a voltar a jogar, mas alegou que não pode revelar nomes.
O advogado confirmou que nos próximos dias, vai entrar com um pedido de realização de exame de DNA para investigar se o seu cliente é mesmo o pai do filho de Eliza Samudio, Bruninho – hoje, o menino está com quatro anos.
Tiago Lenoir, outro advogado de Bruno, disse que Bruno elogiou a comida e o “tratamento adequado” que está recebendo na prisão em Francisco Sá. Também garantiu que o goleiro “não tem nenhuma diferenciação” dos outros detentos da unidade de segurança máxima, que conta com cerca de 325 presos em celas individuais. Lenoir garantiu que Bruno não fez nenhuma reclamação das condições de isolamento da penitenciária, onde não é captado sinal de TV e também não sinal de telefonia celular. Para chegar até o local, distante 16 quilômetros da área urbana, é preciso percorrer 10 quilômetros de estrada de terra. Ainda segundo Lenoir, o goleiro ocupa a maior parte do tempo com a leitura da bíblia. “A bíblia foi a única coisa que o Bruno levou da Penitenciaria Nelson Hungria para Francisco Sá. Hoje, ele tem uma vida muito dedicada a Deus”, afirmou.