Mesmo que a Justiça tenha negado o pedido de trabalho externo para o ex-goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e três meses de reclusão pela morte da ex-amante Eliza Samudio, o contrato que o ex-atleta assinou com o Montes Claros Futebol Clube, equipe da divisão do futebol mineiro, será mantido. A informação foi fornecida pelo presidente do Montes Claros, Ville Mocelin.
Preso desde junho de 2010, Bruno foi transferido para a Penitenciária Máxima de Segurança de Francisco Sá, Norte de Minas, em 20 de junho deste ano. O objetivo da transferência foi a tentativa de autorização para o retorno aos gramados. Para isso, em 28 de fevereiro deste ano, ainda quando se encontrava na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (Região Metropolitana), o ex-goleiro assinou um contrato com o Montes Claros FC, com o prazo de cinco anos. O salário mensal foi fixado em R$ 1.430,00, com o valor de multa rescisória de R$ 2,86 milhões.
O plano seria a autorização para saída durante o dia, visando o treinamento e participação dos jogos do clube profissional em Montes Claros, distante 60 quilômetros da Penitenciária de Francisco Sá. Porém, o juiz da comarca de Francisco Sá, Flambo Santos Costa, indeferiu o pedido. Na decisão, o magistrado justificou que a unidade prisional do Norte de Minas recebe em custódia presos de alta periculosidade, o que resulta no empenho de um maior reforço da guarda em atividades internas e externas de presos, o que já inviabiliza benefício de trabalho fora do presídio para qualquer interno.
De acordo com uma fonte, a defesa de Bruno deverá recorrer da decisão do juiz de Francisco Sá que negou o trabalho externo. O ex-goleiro vinha sendo defendido pelos advogados Thiago Lenoir e Francisco Simin. Ontem à tarde, a reportagem tentou, mas não conseguiu contato com nenhum dos dois advogados.