Transferido há pouco mais de quatro meses para a Penitenciária de Francisco Sá, no Norte de Minas, o ex-goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza pretende retornar para uma unidade prisional na Grande BH. O motivo é que Bruno teve negado pela Justiça do município o pedido para jogar pelo Montes Claros Clube, time da cidade vizinha que está no Módulo II do Campeonato Mineiro. Ao constatar o fracasso da estratégia de seus ex-advogados, de beneficiá-lo com o trabalho externo, o ex-atleta, que cumpre pena de cumprir pena de 22 anos e três meses pelo sequestro e morte de sua ex-amante Eliza Samudio, em junho de 2010, contratou novo defensor que vai tentar sua transferência para a Penitenciária José Maria Alckimin, em Ribeirão das Neves. Antes de ir para o Norte de Minas, o ex-goleiro cumpria pena em penitenciária de Contagem.
O novo advogado do ex-goleiro é Marco Antônio Siqueira. Ele foi defensor de Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, executado a tiros antes de ser julgado também pela morte de Eliza Samudio. Siqueira evitou falar sobre que ações vai adotar, afirmando que vai tratar do processo “exclusivamente” com a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMG), que julga recurso de apelação para anular o júri em que seu novo cliente foi condenado.
Porém, ele já iniciou sua atuação na segunda-feira. Um ofício foi enviado à Vara de Execuções de Francisco Sá, em que pede a intervenção do juiz e promotor de Justiça junto ao diretor da penitenciária local, visando a transferência do ex-jogador para Ribeirão das Neves. O defensor destaca, no documento, que a unidade prisional do município é de regime fechado e segurança máxima e não oferece condições para que Bruno exerça atividade profissional externa de goleiro. E voltar ao futebol foi objetivo de sua ida para Francisco Sá, conforme a estratégia de seus ex-defensores, visando sua ressocialização.
PROCESSO O objetivo do novo defensor não se limita à transferência de seu cliente para Neves, cidade em que Bruno Fernandes nasceu e tem parentes. Na terça-feira, o advogado protocolou ofício no TJ em que pede o desmembramento do processo. Ele aponta que o recurso de apelação contra o júri que condenou Bruno está parado desde 29 de outubro de 2013, esperando a manifestação de advogados de outros dois condenados no caso Eliza Samudio. O ex-jogador foi condenado em março de 2013 pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza, que continua desaparecido, e sequestro e cárcere privado do filho da vítima, do qual seria o pai biológico. Outras cinco pessoas também foram sentenciadas pelo crime.