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Estado de Minas

MP denuncia dois policiais civis por participação em assassinato de Eliza Samudio

O policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, e o policial ainda na ativa Gilson Costa foram incluídos no processo cinco anos depois do crime


postado em 06/07/2015 20:11 / atualizado em 06/07/2015 21:19
https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/caso-bruno/2015/07/06/internas_caso_bruno,665647/mp-denuncia-dois-policiais-civis-por-participacao-em-assassinato-de-el.shtml

A ex-mulher do Goleiro Bruno foi morta em junho de 2010(foto: Reprodução/Facebook)
A ex-mulher do Goleiro Bruno foi morta em junho de 2010 (foto: Reprodução/Facebook)

Novos personagens da trama do sumiço e assassinato de Eliza Samudio, e sequestro do filho dela, surgiram no caso cinco anos depois do crime. O promotor Daniel Saliba de Freitas, que assumiu as investigações com a saída de Henry Vasconcelos, denunciou os policiais civis José Lauriano de Assis Filho e Gilson Costa. O primeiro deles vai responder por sequestro e cárcere privado de Eliza e da criança, filho do goleiro Bruno Fernandes, homicídio triplamente qualificado contra a vítima, corrupção de menores e ameaça. Já Gilson Costa vai responder apenas por ameaça.

A participação dos dois homens no crime já estava sendo investigada desde a condenação dos primeiros réus. Consta no processo que foi Zezé, policial já aposentado, quem apresentou Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o goleiro Bruno ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o executor da ex-modelo. Na quebra de sigilo telefônico dos envolvidos no crime constam várias ligações entre Zezé, Macarrão, Bola e o primo de Bruno, que era menor na época do crime.

Na denúncia feita pelo MP, o promotor Daniel Saliba de Freitas coloca Zezé em todas as fases do crime. Segundo Freitas, o policial aposentado esteve no Rio de Janeiro junto com Bruno, Macarrão e Jorge, primo do goleiro, em 4 de junho de 2010. Foi neste dia que Eliza foi sequestrada junto com o filho e levada para Minas Gerais.

Em 10 de junho, o MP cita José Lauriano como um dos participantes da morte da ex-modelo. De acordo com a denúncia, o policial aposentado estava na casa de Marcos Aparecido juntamente com Bruno, apontado como o mandante do crime, Macarrão e Sérgio Rosa Sales, um dos acusados do assassinato que foi morto durante o processo, no momento da morte de Eliza. Zezé também é apontado como participante da ocultação de cadáver da mulher.

José Lauriano vai responder por corrupção de menores, pois corrompeu, ainda segundo o MP, o adolescente Jorge Luiz Sales, a deixar a ex-modelo e o filho dela em cárcere privado e participar do homicídio. Além desses crimes, o policial aposentado e Gilson Costa vão responder por ameaça grave contra Jaílson Alves de Oliveira, detento que diz ter ouvido de Bola a confissão do crime na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. Segundo a denúncia, os dois policiais teriam entregue uma nota de R$ 50 ao preso dentro do Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) quando ele iria prestar depoimento. Na ocasião, ameaçaram matar a mulher dele caso o detento não omitisse em depoimento ou falasse com a verdade, para beneficiar os réus do processo.

O promotor pede que os dois denunciados sejam interrogados e pronunciados pelos crimes listados acima. Além disso, pede que os policiais civis “sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri de Contagem e, ao final, condenados”.

Réus condenados

Todos os réus que responderam pelos crimes contra Eliza Samudio e do filho dela, foram condenados. À exceção de Dayane Rodrigues, ex-mulher de Bruno, que foi absolvida das acusações. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, foi condenada a cinco anos pelo sequestro e cárcere de Eliza e Bruninho. Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço direito do ex-ídolo do Flamengo, foi sentenciado a 15 anos de prisão por homicídio qualificado. Ele foi beneficiado por uma confissão parcial do crime. Já Bruno teve a pena estabelecida em 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver da jovem e também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor do assassinato, foi condenado a 22 anos de prisão.

Um outro réu no processo não chegou a ser julgado. Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, era considerado a principal testemunha do caso. Ele foi assassinado meses antes da data prevista para o julgamento. A polícia concluiu que ele foi vítima de um crime passional, sendo executado pelo companheiro de uma mulher a quem assediou na rua. Outro primo do jogador, que revelou à polícia grande parte da trama, cumpriu medida sócio-educativa e já está em liberdade. Jorge Lisboa Rosa era menor de idade quando o crime ocorreu.

Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondiam apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho do jogador e da modelo assassinada. Ambos foram condenados e cumprirão pena em regime aberto. Wemerson, que era réu primário, foi sentenciado a 2 anos e 6 meses de prisão. Já Elenilson, que chegou a ficar preso por cinco meses por causa do envolvimento na morte de Eliza e não era réu primário, teve a pena estabelecida em 3 anos.

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