O pedido de revogação da prisão temporária feito pela defesa do ex-policial civil José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, foi negado pelo juiz Elexander Camargos Diniz. O homem é procurado por participação na trama do sumiço e assassinato de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, e sequestro do filho dela. A decisão aconteceu na última quinta-feira, mas divulgada nesta segunda-feira pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Zezé foi denunciado à Justiça junto com o policial civil da ativa Gilson Costa pelo promotor Daniel Saliba de Freitas, que assumiu o caso depois da saída do colega Henry Vasconcelos. O promotor acusa o policial aposentado pelo assassinato, sequestro e cárcere privado de Eliza, além da ocultação do cadáver, corrupção de menores e coação no curso do processo. Já Gilson vai responder apenas pela coação durante o processo. Apesar de basear a prisão preventiva de Zezé na possibilidade dele amedrontar testemunhas por ser policial, no caso de Gilson a Justiça determinou a aplicação de medidas cautelares diferentes da prisão. Ele está proibido de se aproximar e de manter contato com testemunhas, vítimas e informantes do processo.
Os advogados de José Laureano entraram com o pedido sustentando que não há notícias de que ele esteja ameaçando testemunhas, que sempre foi um policial civil exemplar, que tinha uma relação com os demais acusados apenas profissional e que não há fundamento que dê suporte ao decreto prisional. Argumentaram, ainda, que o processo ficou por meses com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), “sem que tenha havido requerimento de medidas cautelares”. Outro argumento, foi a medida cautelar aplicada contra Gilson Costa. Os defensores queriam o mesmo para o Zezé. O MP se manifestou contrario ao pedido.
O juiz Elexander Diniz negou o pedido. Em sua decisão afirmou que “a prisão preventiva é mesmo necessária para que não se tenha uma instrução criminal viciada, influenciada pelo temor manifestado por outros envolvidos na prática dos crimes objeto da denúncia”.
Em relação ao pedido de medidas cautelares idênticas a aplicadas a Gilson Costa, o juiz afirmou “ que sua situação é muito diferente, pois, (Gilson Costa) não é acusado de nenhum crime doloso contra a vida, mas apenas de uma coação no curso do processo, delito que sequer admite prisão preventiva”.
A Polícia Civil começou a procurar pelo policial aposentado logo depois que a Justiça acatou o pedido do MP no início deste mês. A prisão preventiva de Zezé foi decretada porque o juiz Elexander Diniz entendeu que “o simples fato de se tratar de um policial civil incute temor a testemunhas e aos demais envolvidos na sequência de crimes”, conforme decisão do magistrado. Ele é considerado foragido.
O em.com.br entrou em contato com o advogado de Zezé, mas ele não foi encontrado para comentar a decisão.
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Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondiam apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho do jogador e da modelo assassinada. Ambos foram condenados e cumprirão pena em regime aberto. Wemerson, que era réu primário, foi sentenciado a 2 anos e 6 meses de prisão. Já Elenilson, que chegou a ficar preso por cinco meses por causa do envolvimento na morte de Eliza e não era réu primário, teve a pena estabelecida em 3 anos.
Um outro réu no processo não chegou a ser julgado. Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, era considerado a principal testemunha do caso. Ele foi assassinado meses antes da data prevista para o julgamento. A polícia concluiu que ele foi vítima de um crime passional, sendo executado pelo companheiro de uma mulher que tinha assediado na rua. Outro primo do jogador, que revelou à polícia grande parte da trama, cumpriu medida sócio-educativa e já está em liberdade.