O irmão do ex-goleiro Bruno, Rodrigo Fernandes das Dores de Souza, foi indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no caso Eliza Samudio. O homem, que cumpre pena por estupro no Piauí, trouxe o caso novamente à tona nesta semana ao prestar depoimento dizendo saber onde está o corpo da ex-amante de Bruno, assassinada em 2010.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil carioca, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá indiciou Rodrigo pelos crimes de sequestro e tentativa de aborto. “Foi instaurado inquérito policial complementar para prosseguir na investigação e identificar a coautoria dos crimes acima mencionados, sofridos por Eliza Samudio, pelos quais já haviam sido presos e indiciados Bruno Fernandes das Dores de Souza e Luiz Henrique Ferreira Romão, vulgo Macarrão”, detalha a corporação, por meio de nota. “Após um minucioso trabalho e diligências realizadas, concluiu-se haver fortes indícios de participação de Rodrigo nos crimes, motivo pelo qual foi indiciado”, diz o texto.
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'Caminho que encontrou para ser transferido', diz advogado de Bruno sobre denúncia do irmão do atletaApós 11 buscas sem sucesso, irmão de Bruno reabre mistério sobre Eliza SamudioIrmão de Bruno aponta locais onde estariam os restos mortais de Eliza SamudioCaso Bruno: Júri de ex-policial recomeça nesta quinta; veja detalhesJustiça acata denúncia contra irmão do goleiro Bruno por sequestro de Eliza no RJJustiça vai julgar pedido para anular certidão de óbito de Eliza SamudioProdutor de café é preso por trabalho escravo no Sul de MinasO irmão do jogador foi ouvido por um delegado do Piauí a pedido da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Na oitiva, indicou locais onde estariam os restos mortais da jovem e chegou a dizer que presenciou o homicídio. Os detalhes foram repassados pelo delegado-geral piauiense Riedel Batista, que concedeu entrevista sobre o caso na segunda-feira.
“Ele falou de pessoas que poderiam ter envolvimento no assassinato de Eliza Samudio e sobre locais em que poderia estar o corpo dela. Mas são informações que precisam ser checadas. Foram todas passadas para o Rio de Janeiro”, explicou Riedel Batista ao EM, conforme matéria públicada em 5 de julho. O policial não revelou quais locais foram indicados pelo irmão do goleiro.
Na ocasião das investigações, por meio de depoimentos e perícia no local do crime, não ficou constatada a presença de Rodrigo na cena do crime. Somente das pessoas que já foram julgadas e denunciadas. Todos os réus foram condenados, com exceção de Dayane Rodrigues, ex-mulher de Bruno. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, recebeu pena de cinco anos pelo sequestro e cárcere de Eliza e de seu filho, Bruninho. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão por homicídio qualificado. Bruno teve a pena estabelecida em 22 anos e três meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver da jovem e também pelo sequestro e cárcere privado do filho. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor, foi condenado a 22 anos de prisão.
Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondiam apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho. Ambos pegaram penas em regime aberto. Um primo do jogador, Jorge, que revelou à polícia grande parte da trama, cumpriu medida socioeducativa e já está em liberdade. Ele era menor na época do crime. O promotor Henry Vasconcelos abriu investigação para apurar a eventual participação no crime dos policiais civis aposentados José Lauriano e Gilson Costa. Ambos foram denunciados pela promotoria de Contagem.
(Com informações de João Henrique do Vale, Landercy Hemerson e Luiz Ribeiro)