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Estado de Minas

Polícia do Rio de Janeiro indicia irmão de Bruno no caso Eliza Samudio

Após dizer saber onde estão os restos mortais da ex-amante de Bruno, Rodrigo Fernandes é indiciado por sequestro e tentativa de aborto de Eliza


08/07/2016 09:58 - atualizado 08/07/2016 10:04

O irmão do ex-goleiro Bruno, Rodrigo Fernandes das Dores de Souza, foi indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no caso Eliza Samudio. O homem, que cumpre pena por estupro no Piauí, trouxe o caso novamente à tona nesta semana ao prestar depoimento dizendo saber onde está o corpo da ex-amante de Bruno, assassinada em 2010.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil carioca, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá indiciou Rodrigo pelos crimes de sequestro e tentativa de aborto. “Foi instaurado inquérito policial complementar para prosseguir na investigação e identificar a coautoria dos crimes acima mencionados, sofridos por Eliza Samudio, pelos quais já haviam sido presos e indiciados Bruno Fernandes das Dores de Souza e Luiz Henrique Ferreira Romão, vulgo Macarrão”, detalha a corporação, por meio de nota. “Após um minucioso trabalho e diligências realizadas, concluiu-se haver fortes indícios de participação de Rodrigo nos crimes, motivo pelo qual foi indiciado”, diz o texto.

Ainda segundo a corporação, sobre o depoimento prestado no Piauí, foi encaminhada uma cópia do termo ao Tribunal do Júri de Minas Gerais, para que sejam tomadas providências.

O irmão do jogador foi ouvido por um delegado do Piauí a pedido da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Na oitiva, indicou locais onde estariam os restos mortais da jovem e chegou a dizer que presenciou o homicídio. Os detalhes foram repassados pelo delegado-geral piauiense Riedel Batista, que concedeu entrevista sobre o caso na segunda-feira.

“Ele falou de pessoas que poderiam ter envolvimento no assassinato de Eliza Samudio e sobre locais em que poderia estar o corpo dela. Mas são informações que precisam ser checadas. Foram todas passadas para o Rio de Janeiro”, explicou Riedel Batista ao EM, conforme matéria públicada em 5 de julho. O policial não revelou quais locais foram indicados pelo irmão do goleiro.

Na ocasião das investigações, por meio de depoimentos e perícia no local do crime, não ficou constatada a presença de Rodrigo na cena do crime. Somente das pessoas que já foram julgadas e denunciadas. Todos os réus foram condenados, com exceção de Dayane Rodrigues, ex-mulher de Bruno. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, recebeu pena de cinco anos pelo sequestro e cárcere de Eliza e de seu filho, Bruninho. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão por homicídio qualificado. Bruno teve a pena estabelecida em 22 anos e três meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver da jovem e também pelo sequestro e cárcere privado do filho. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor, foi condenado a 22 anos de prisão.

Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondiam apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho. Ambos pegaram penas em regime aberto. Um primo do jogador, Jorge, que revelou à polícia grande parte da trama, cumpriu medida socioeducativa e já está em liberdade. Ele era menor na época do crime. O promotor Henry Vasconcelos abriu investigação para apurar a eventual participação no crime dos policiais civis aposentados José Lauriano e Gilson Costa. Ambos foram denunciados pela promotoria de Contagem.

(Com informações de João Henrique do Vale, Landercy Hemerson e Luiz Ribeiro)

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