O destino do goleiro Bruno Fernandes depois de sair da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ainda será decidido. Mesmo assim, os advogados do atleta, afirmaram na manhã desta sexta-feira, que querem que ele fique inicialmente na capital mineira. O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu um habeas corpus a Bruno. Ele foi condenado a 22 anos e 3 meses pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio, sua ex-namorada.
O goleiro tem residência fixa em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, por causa disso, ainda não está certo onde ele deve cumprir a prisão domiciliar. Segundo o advogado Luan Veloso Coutinho, da equipe de defensores do atleta, Bruno decidirá junto com a mulher, a dentista Ingrid Calheiros, onde irá ficar. “A intenção é que Bruno fique em um período inicial em BH, mas possui residência na capital e no Rio de Janeiro, onde pode ficar com a noiva. Ele pode ir para qualquer um desses lugares, mas nossa ideia é que ele fique inicialmente aqui. Mas isso será definido entre ele e a mulher”, comentou Luan Coutinho.
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O advogado Lúcio Adolfo, que também defende o goleiro, entrou com o pedido de soltura alegando morosidade do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). “Entramos com um recurso contra o julgamento do Bruno em 2013. Desde então, não foi analisado pelo Tribunal de Justiça, sendo que o normal seria em sete meses. Já se passaram quatro anos”, comentou.
Para conceder o habeas corpus, o ministro Marco Aurélio considerou que ao negar o direito de recorrer em liberdade a condenação foi antecipada, sendo o clamor social "insuficiente a respaldar a preventiva. Por fim, colocou-se em segundo plano o fato de o paciente (Bruno) ser primário e possuir bons antecedentes. A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há 6 anos e 7 meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória".
Condenação
O goleiro Bruno foi condenado em 08 de março de 2013 na sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues por 17 anos e seis meses de prisão em regime fechado para Bruno pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio. No crime, o goleiro foi beneficiado com redução de três anos na pena pela confissão parcial. Marixa fez questão de ressaltar que o benefício foi inferior ao concedido à Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que revelou detalhes de sua participação em julgamento no último novembro. Pelo sequestro da modelo e de Bruninho, o goleiro pegou mais 3 anos e outros três meses pelo agravante de ser pai da criança. Ele também foi condenado a um ano e seis meses pela ocultação de cadáver. Estas últimas duas penas serão cumpridas em regime aberto.