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Estado de Minas

Bruno assiste à partida do Boa Esporte em Varginha

Goleiro supera primeiro teste de popularidade ao assistir à vitória do Boa sobre o Araxá, no estádio Melão. Não teve o nome gritado, mas também não foi hostilizado. Pelo contrário


postado em 16/03/2017 08:44 / atualizado em 16/03/2017 14:52

Em espaço reservado pela diretoria do clube, ex-capitão do Flamengo comemora um dos gols da vitória por 2 a 0, que teve público pagante de 935 pessoas(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Em espaço reservado pela diretoria do clube, ex-capitão do Flamengo comemora um dos gols da vitória por 2 a 0, que teve público pagante de 935 pessoas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Varginha – Recém-contratado pelo Boa Esporte, o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, de 32 anos, ainda não estreou em campo, mas já enfrentou um teste. Na primeira partida que acompanhou desde sua polêmica chegada ao time de Varginha, Bruno foi bastante assediado pelos torcedores, ontem, no estádio Dilzon Melo, o Melão. Em campo, os companheiros do novo time vencerem o Araxá por 2 a 0, pelo Módulo II do Campeonato Mineiro. Bruno foi embora pouco antes do fim da partida.

Foi a primeira vez que Bruno assistiu a um jogo oficial desde julho de 2010, quando foi preso por participação na morte de Eliza Samudio. Condenado a 22 anos e 3 meses de prisão, foi posto em liberdade em 24 de fevereiro passado, por liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), depois de seis anos e sete meses de reclusão.

O arqueiro recebeu carinho do público logo na chegada, posou para selfies e deu autógrafos, mas não teve o nome gritado pela torcida durante a partida. Entrou no estádio com a camisa do Boa, 15 minutos antes do início do duelo, na companhia de dirigentes do clube e de uma equipe da Inglaterra que faz um documentário sobre o goleiro. Chegou pelo portão principal e fez questão de apertar as mãos de funcionários.

Em pouco tempo, dezenas de torcedores foram ao encontro dele. Bruno, que anteontem acompanhou o treino dos companheiros, apostou na vitória. E falou como no tempo em que era capitão do Flamengo: “Estou aqui para passar uma energia positiva para a galera. Vim falar para a equipe que estaremos juntos para o que der e vier”.

O reforço do Boa, que custou ao time a debandada de todos os patrocinadores, assistiu à partida em espaço preparado pela diretoria, na arquibancada. Ao seu lado, apenas as pessoas mais próximas. Lá, ouviu de pé o Hino Nacional. “Se ganharmos de 1 a 0 está bom demais”, disse. O primeiro gol saiu aos 35 minutos. Depois de uma confusão na área, Daniel empurrou a bola para as redes. Bruno comemorou, erguendo as duas mãos.

Dez minutos depois, viu o camisa 9 Caio entrar pela direita e ampliar: 2 a 0. Bruno voltou a levantar os braços. Cobrou o juiz num lance em que acreditou ter sido falta, ignorada pelo árbitro: “Vamos marcar aí. Foi falta!”. Também ficou de olho na meta oposta, onde estava Luan Polly, arqueiro do Boa. Chegou a aplaudi-lo em uma defesa. Mas o atual titular da camisa 1 não teve muito trabalho no primeiro tempo.

Muita gente, porém, quer ver mesmo é o novo contratado debaixo da meta, como o torcedor Antônio Grilo, de 65. “Bruno merece chance como todo ser humano. Vamos apoiá-lo”, disse. O casal de aposentados Donizete, de 59, e Lucinéia, de 56, pensa da mesma forma. Eles foram ao Melão com a camisa do time. "É a primeira vez que venho ao campo em 2017. O time está em formação (o Boa, campeão da série C do Brasileiro em 2016 foi praticamente desmontado em 2017). O Bruno será um ótimo reforço", defendeu Donizete.
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)

PÚBLICO Muitos torcedores fizeram questão de dizer que o público pagante (935 pessoas) não pode ser considerado baixo, embora menor do que o do Mineiro do ano passado (média acima de 1 mil), pois ontem foi uma quarta-feura atípica. Como em muitas cidades, houve manifestação no Centro de Varginha contra a proposta da reforma da Previdência, o que complicou o trânsito.

Também pesou o fato de canais da TV aberta terem transmitido jogos de maior expressão. A bateria da torcida organizada do Boa havia ensaiado mais cedo uma música de boas-vindas ao novo contratado. Mas os integrantes desistiram de cantá-la no estádio: “Não queremos desestabilizar o atual tilular”, explicou um dos integrantes.

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