Jornal Estado de Minas

Trâmites burocráticos podem fazer goleiro Bruno não deixar presídio nesta sexta


Depois de receber o benefício de progresssão de pena para o regime semiaberto domiciliar, o goleiro Bruno Fernandes, pode não deixar o presídio de Vargina, no Sul de Minas Gerais, nesta sexta-feira. O atleta está preso pelo assassinato de Eliza Samudio. O motivo são os trâmites burocráticos que devem ser realizados. A informação foi repassada pelo diretor da unidade prisional, Welton Donizetti Benedito.


O diretor informou que o goleiro Bruno terá que passar por uma audiência onde receberá as informações sobre a mudança do regime. Em seguida, o fórum terá que expedir o alvará de soltura. Depois, a Polícia Civil tem que ser comunicada e, ai sim, o atleta pode deixar a unidade prisional.

A progressão de pena para o regime semiaberto aconteceu nessa quinta-feira. A decisão foi tomada pelo juiz Tarciso Moreira de Souza, da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha, no Sul de Minas, onde o ex-atleta cumpre pena. Com a decisão, Bruno poderá sair da prisão. No regime semiaberto domiciliar, ele deve ficar em casa no período entre 20h e 6h. A decisão anulou a falta grave cometida pelo réu, aplicada devido à matéria publicada pela TV Alterosa Sul de Minas, na qual Bruno é flagrado em um bar na companhia de mulheres e com uma lata de cerveja em cima da mesa.

Segundo a decisão, Bruno “satisfaz as exigências subjetivas e objetivas para a concessão da progressão de regime para o semiaberto”. O magistrado também ressalta que o goleiro "já cumpriu o lapso temporal necessário da pena imposta no regime fechado".


O juiz destaca, ainda, que a “conduta carcerária” do jogador lhe garante a “reinserção à vida social”. Com a mudança, além de poder deixar a prisão temporariamente, Bruno terá que provar que está trabalhando em até 30 dias. Em caso de não comprovação de atividade profissional, o goleiro terá que prestar serviço em obra ou em uma entidade ligada ao poder público.

Punição


Antes de ser punido com a falta grave, Bruno estava preso no presídio de Varginha, mas tinha autorização da Justiça para trabalhar em obras da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Varginha. Durante a noite, ele voltava para o presídio, onde dormia. Após a sanção, no entanto, o ex-goleiro perdeu o direito de trabalhar nas obras e, desde então, ficava apenas na unidade prisional, em regime fechado.

Em 11 de fevereiro, o juiz Tarciso Moreira de Souza, o mesmo da decisão dessa quinta-feira, ordenou que ele voltasse para o Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, em 28 de fevereiro o desembargador Fausto de Castro concedeu uma liminar que mantinha o ex-goleiro em Varginha.


Macarrão em liberdade condicional


O braço-direito do goleiro Bruno Fernandes, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, cumpre pena pelo crime em liberdade condicional desde outubro. A progressão aconteceu depois de um parecer favorável do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do juiz Antônio Fortes de Pádua Neto, da comarca de Pará de Minas. No entendimento do magistrado, ele cumpriu todos os requisitos exigidos para uma pessoa que cumpra pena no regime aberto – condição exercida pelo amigo de Bruno entre março e 4 de outubro.

Com a condicional, Macarrão poderá chegar mais tarde em casa. Em vez de obrigatoriamente se recolher as 18h, como no regime aberto, ele poderá permanecer na rua até as 22h. Após chegar aos seus aposentos, o comparsa do ex-goleiro só pode sair a partir das 6h.