O anuncio feito pelo governo de Minas na manhã desta segunda-feira de que os alunos do Ensino Médio receberão aulas de reforço pela Rede Minas não agradou o sindicato dos professores estaduais nem os pais dos alunos, longe das salas de aula há 83 dias.
Para a coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, as aulas pela televisão não vão resolver o problema, mas sim o pagamento do piso salarial aos profissionais. “Aulas pela TV não substituem o professor. O governo deveria cumprir a lei federal para que houvesse o fim da greve. Segundo o governador, a adesão à paralisação é de apenas 20%. Nós afirmamos que é de 50% e o estado tenta minimizar o movimento. Se a adesão fosse tão baixa, não haveria necessidade de aulas de reforço pela televisão”, afirma a sindicalista.
O presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas (Fapaemg), Mário de Assis, também não acredita que as aulas de reforço vão ser suficientes. “É uma boa iniciativa do governo, é o que lhe cabe. Acho que a internet teria até um alcance maior. Mas os jovens não vão largar a vida rotineira, os barzinhos ou o trabalho para assistir televisão. Eles precisam voltar para a escola. Sempre temi que um dia a sala de aula acabasse para ser substituída pelo telensino”, lamenta.
O governo ainda está analisando de que forma o reforço virtual será transmitido pela TV, desde o formato dos programas à grade de horários. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Educação (SEE), a Rede Minas será utilizada por causa de sua abrangência no estado. Equipes da Secretaria da Educação Básica estão reunidas nesta segunda-feira discutindo ajustes pedagógicos relacionados às aulas. A expectativa é de que elas comecem ainda no mês de setembro.