São Paulo – O Brasil vai conhecer hoje detalhes do Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa. Com a meta de garantir que todas as crianças cheguem ao fim do 2º ano do ensino fundamental com plena capacidade de leitura e escrita, a iniciativa será apresentada pelo Ministério da Educação (MEC), em São Paulo, durante reunião do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). O projeto será dividido em cinco eixos de intervenção na rede pública de ensino.
“Queremos ampliar a meta que já estabelece a obrigatoriedade da alfabetização até os 8 anos de idade, inspirados no Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), do Ceará. Ao debater o currículo do ensino fundamental e o que o aluno precisa para aprender a ler, temos de pensar nas condições do aprendizado. Se a criança não traz de casa as condições adequadas, cabe ao estado proporcionar isso a ela, com a criação de espaço de acesso ao mundo letrado na escola”, disse a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda. O anúncio foi feito durante o seminário Ciclo de Debates Gestão Educacional, organizado pela Fundação Itaú Social, na capital paulista.
O programa modelo contempla cinco eixos: de alfabetização, de educação infantil, de literatura infantil e de formação do leitor, de gestão municipal e de avaliação externa. Com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Paic é uma ação de cooperação entre o estado e os municípios para garantir que 100% das crianças do estado leiam, pelo menos, cinco títulos de literatura infantil por ano e que todos os profissionais da educação infantil e das séries iniciais do ensino fundamental sejam beneficiados com um mínimo de 120 horas por ano de formação contínua. O programa prevê ainda o acompanhamento pedagógico às salas de aula de 1º e 2º anos e estratégias para promover a participação das famílias nos projetos de leitura.
A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) apoia o programa, mas aponta possíveis dificuldades na sua implantação, devido à falta de colaboração entre estados e municípios. “A iniciativa é interessante porque, sem inventar nada, propõe o melhor uso dos materiais que já temos na escola. O programa organiza os trabalhos, envolve os gestores e reconhece a importância da formação do professor. Só fazemos uma ponderação: quem vai aderir ao programa, em primeira instância, é o estado. E, no Brasil, nem sempre funciona bem o regime de colaboração entre estados e municípios”, afirmou a presidente da Undime, Cleuza Repulho.
A repórter viajou a convite da Fundação Itaú Social