No lugar de lápis, papel e livros, computadores sensíveis ao toque. Após conquistar os jovens do mundo todo com as inúmeras possibilidades de aplicativos, jogos e interatividade, os tablets começam a invadir as salas de aula das escolas particulares do Distrito Federal. A ferramenta possibilita aos alunos buscarem informações em diversas fontes, ter acesso ao conteúdo explicativo por meio de vídeos e músicas, além de levar a modernidade do conteúdo virtual. Porém, a introdução do instrumento no processo de aprendizado de crianças e adolescentes na capital ainda é tratado com cautela por pais e educadores. As dúvidas referem-se a segurança, eficácia do sistema e dispersão que as ferramentas como a internet podem provocar dentro das instituições de ensino (veja arte).
Uma semana após o início das aulas nas unidades privadas de ensino, pelo menos três colégios apresentaram alternativas para inserir a nova tecnologia na realidade de estudantes do 1º ano do ensino médio. Sigma, Marista e Leonardo da Vinci usam maneiras diversas para que a inovação integre o ensino. Com um investimento alto em criação de aplicativos, instalação de redes sem fio e a capacitação de professores, um ponto é indiscutível: os estudantes se mostraram empolgados com a novidade.
Em 50 minutos, os estudantes tiveram contato com a língua estrangeira, conheceram músicas no idioma e ainda tiveram a oportunidade de interagir com outra cultura. Enquanto ouviam melodias, pesquisavam sobre os países que têm a língua como idioma oficial. Com mais alguns cliques, entenderam um pouco mais sobre a história e a geografia de nações que falam espanhol. Tudo isso por meio de um aplicativo desenvolvido pela professora da instituição. O livro virtual contém links, com informações adicionais em determinados pontos do texto.
Na parte de gramática, por exemplo, é possível clicar no local indicado e ter acesso a questões usadas no Programa de Avaliação Seriada (PAS), no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou no vestibular. “Começamos a primeira etapa do processo em 2010, quando observamos experiências de outros países com o equipamento. Decidimos, então, fazer um projeto pedagógico próprio, voltado para a necessidade de vestibular da região. Cada professor produziu o material interativo para as matérias, contratamos uma empresa de informática e ela topou o desafio”, explicou o coordenador da área de física do Sigma, André Frattezi.
No início do ano, os pais levaram um susto ao perceber que o tablet e o conjunto de aplicativos faziam parte da lista de material escolar. O aparelho custa entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, e os livros virtuais para estudo ao longo do ano, R$ 1,1 mil. O desafio começou com 1,2 mil alunos do 1º ano e aumentará paulatinamente, com expansão no ano que vem para os do 2º período. Os links informativos são parte integrante do sistema e muitos não precisam de internet para revelar as informações adicionais. Porém, a escola dispõe de rede sem fio, o que não impede os alunos de entrarem na rede.