A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) confirmou que reajustará a partir de julho os valores das bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado oferecidas nas instituições do estado. O anúncio acompanha o aumento nos benefícios nacionais, concedidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - no início de abril, o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou, também para julho, o reajuste de 10% nos valores do incentivo da CAPES e do CNPq, que estavam congelados há quatro anos.
Com o aumento, a bolsa oferecida aos mestrandos passa de R$ 1.200 para R$ 1.350 e a de doutorado sobe de R$ 1.800 para R$ 2.000. A bolsa de iniciação científica, por sua vez, passa de R$ 360 para R$ 400. O reajuste representa um impacto anual de R$ 4,5 milhões na FAPEMIG.
Em nota no site da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), a presidente da instituição, Luana Bonone, comentou os novos valores. "O reajuste anunciado pela Capes e pelo CNPq, e agora acompanhado pela FAPEMIG é de suma importância para a valorização da pesquisa nacional. Porém, o valor ainda não é o reivindicado pela nossa campanha de bolsas. Exigimos 40% de reajuste, valor calculado com base na inflação do período e nas metas do PNPG 2005-2010", reivindicou Bonone.
Repercussão
No início de março - um mês antes de Mercadante confirmar o reajuste - o Estado de Minas expôs as dificuldades vivenciadas pelos bolsistas que dependem exclusivamente do benefício. Após a reportagem, mestrandos e doutorandos de todo o país resolveram cruzar os braços durante 24 horas para protestar contra os valores defasados. A suspensão das atividades acadêmicas ocorreu no dia 29 de março. Em Belo Horizonte, uma manifestação no campus da UFMG na Pampulha marcou a data. Munidos com apitos, narizes de palhaço e muitas faixas os pesquisadores ocuparam as principais vias do campus e caminharam de prédio em prédio. Relembre.