O programa Ciência sem Fronteiras foi alvo de críticas ontem na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Ciência (SBPC). Durante a mesa-redonda Fronteira da Ciência sem Fronteiras foi questionada, por exemplo, a capacidade do País de absorver esses pesquisadores do exterior quando eles voltarem para o Brasil. “Se temos problemas com a absorção de recém-doutores, que têm dificuldade de se inserir no mercado, como vamos receber esses alunos?”, observou a doutoranda Luana Bonone, presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).
O fato de o programa não incluir os alunos das ciências humanas também foi criticado por vários dos presentes. O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, disse que, com o início do programa, sobraram mais vagas nos programas de bolsa tradicionais da Capes e do CNPq, que estariam disponíveis para os estudantes dessas áreas. Para os alunos de graduação das ciências humanas, porém, não existe nenhuma opção parecida.
Guimarães também disse que o desempenho dos bolsistas tem surpreendido as universidades estrangeiras. “Fazem fila para fazerem acordos. Todos querem nossos estudantes.”