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Estado de Minas

Professores da UnB fazem nova assembleia e decidem pelo fim da greve


postado em 24/08/2012 13:56

Brasília – Em uma assembleia tensa e tumultuada, os professores da Universidade de Brasília (UnB) decidiram hoje (24) retornar às atividades, encerrando a greve que dura cerca de três meses. Do total de 923 professores, 478 (51,8%) votaram a favor do fim da paralisação e 445 contra a proposta, indicando a divisão da categoria.

A decisão está sendo questionada por um grupo de docentes e estudantes que discorda da forma como foi conduzida a votação.

“A votação gerou desconfiança devido ao número divergente de participantes [votantes]”, disse Sadi Dal Rosso, professor do curso de sociologia, referindo-se ao número anunciado inicialmente de 870 votantes, depois atualizado para 923. “Isso cria um mal-estar muito grande. Eu lamento tudo isso.”

Na sexta-feira da semana passada, uma assembleia de professores já havia decidido pelo fim da greve, mas o resultado também foi contestado. Com o racha, foi marcada então a assembleia de hoje, para rediscutir a decisão.

Para Luiza Oliveira, da Associação Nacional de Estudantes Livres, o fim da greve decidido em assembleias que geram contestações leva a uma série de suspeitas. A estudante disse que a decisão tomada hoje de encerramento da paralisação não representa o desejo da maioria dos docentes. “O resultado não expressa o sentimento dos professores nem da UnB”, disse ela.

Durante a assembleia, dois alunos vestidos de palhaço ocuparam o espaço no teatro de arena, no qual ocorria a votação, e fizeram uma encenação crítica. Para os estudantes, o fim da greve está sendo discutido por professores que não podem falar por toda a categoria. A tensão e o tumulto dominaram a maior parte do tempo das discussões e da votação em si.

Na semana passada, o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, encabeçou pedido assinado por mais de 250 professores pela convocação da assembleia realizada hoje. O documento foi encaminhado à Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), que também foi ocupada por professores contrários ao fim da greve.

Paralelamente ao movimento grevista, a universidade vive campanha política para escolha do novo reitor. Há 11 candidatos na disputa.


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