O calendário de reposição das aulas na Universidade de Brasília (UnB), suspensas em maio, quando os professores iniciaram uma greve, será definido na próxima quinta-feira (30), durante reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da instituição. O órgão é responsável por deliberar sobre o assunto.
O decano de Ensino de Graduação, José Américo Garcia, estima que o calendário da universidade só estará normalizado no fim de 2013. Na proposta que vai apresentar ao Cepe, o período de reposição dos dias parados vai de 20 de agosto, quando parte dos professores retomou as atividades, a 6 de outubro. Ele garantiu que, nesse período, será possível concluir o conteúdo do semestre interrompido.
“Vamos considerar 20 de agosto como data de início, para respeitar aqueles professores que já voltaram às salas na semana passada. Ficaram faltando, para fechar o semestre, sete semanas, e é o que vamos ter de acordo com o novo cronograma”, afirmou o decano.
Ainda de acordo com Garcia, o segundo semestre de 2012 compreenderia o período de 22 de outubro a 8 de março, com interrupção entre 20 de dezembro e 7 de janeiro para as festas de fim de ano.
Já em 2013, pela proposta que será submetida à avaliação do Cepe, as aulas teriam início em 1º de abril e se estenderiam a 27 de julho, com a conclusão do primeiro semestre; e de 19 de agosto a 20 de dezembro, quando seria encerrado o segundo semestre.
O decano da UnB acredita que a sugestão será aceita, mas admitiu fazer ajustes, caso sejam necessários. Ele também enfatizou que nas próximas semanas os professores terão que avaliar o ânimo dos alunos e trabalhar para estimular a retomada do interesse. “A gente vai ter que ver como está o ânimo dos alunos para deixar a aula mais atrativa, porque três meses [sem aulas] dispersa [o interesse deles]”, disse.
Foi o que percebeu a estudante de biologia, Thaís Ellen, de 22 anos, neste retorno à universidade. Segundo ela, que cursa o sexto semestre, embora os professores estejam trabalhando normalmente, os alunos ainda não estão “climatizados com a volta às aulas” e a sala ainda está vazia.
“A greve atrapalha a continuidade dos estudos, [porque] a rotina foi interrompida e a gente perde o fio da meada. Aí tem que reaprender o que aprendeu, mas dá para superar”, disse a jovem.
Prestes a se formar, Felipe Antunes, de 23 anos, estudante de ciências contábeis, acredita que, com a reposição das aulas, concluirá o curso até o final do ano. “Acho que não vou ficar prejudicado, porque meus professores adiantaram o conteúdo antes de entrar em greve e vão repor as aulas no mês de agosto”, estimou.
Ao contrário do que se imagina, Felipe disse que seu curso não foi atrasado pela sucessão de greves das universidades públicas. O transtorno maior, para ele, é a mudança de data das férias. “Já peguei três greves e nunca fiquei prejudicado, estou me formando no tempo certo”, contou o estudante. Ele aproveitou o período sem aulas para estudar para concurso.