O cronômetro parece avançar mais rápido do que o normal, afinal falta exatamente uma semana para a prova que definirá o destino de cerca de 6,5 milhões no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo o país. De olho numa vaga na universidade, é hora de ajustar os ponteiros para enfrentar a maratona de sábado e domingo que vem. Na reta final, não adianta aprender novos conteúdos. O melhor mesmo é revisar e descansar. Além da ansiedade com a avaliação, milhares de candidatos em Minas Gerais – são 723.644 inscritos no estado – vão pôr os conhecimentos à prova num cenário de indefinições. Eles se submeterão ao teste em meio a editais incompletos, desconhecimento sobre a quantidade de vagas reservadas e sem saber nem mesmo a real concorrência. Apesar das incertezas, a ordem é não se abalar e se concentrar para fazer bonito.
Na maior federal de Minas Gerais, a UFMG, o prazo para envio das orientações aos alunos que quiserem optar pelas cotas ainda não foi definido. Logo, quem se inscreveu para o vestibular da instituição fará o Enem, válido para a primeira etapa da seleção, sem ao menos saber a relação candidatos/vaga. Mas a instituição garante que, internamente, os procedimentos estão sendo tomados e há prazo suficiente, pois a segunda etapa será aplicada apenas em janeiro.
Na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), as inscrições estão abertas até quarta-feira. Mas no edital vigente não há menção à reserva das 12,5% das vagas. Estão previstos para o início da semana a retificação do edital e a publicação das orientações aos candidatos. Cogita-se também a prorrogação das inscrições. Na federal de Ouro Preto (Ufop), os candidatos farão o Enem sem saber também a quantidade de vagas reservadas. A decisão ficou para dia 14. Atualmente, 30% das cadeiras são destinadas a cotas, mas a Ufop não contempla os mesmos critérios exigidos pela legislação. Na Federal de São João del-Rei (UFSJ), nos Campos das Vertentes, as inscrições, que estavam suspensas, foram reabertas esta semana e vão até o dia 12.
Candidata a uma vaga em direito, Gabriela Delamare Nascimento Ruas, de 17 anos, aluna do Colégio Arnaldo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, não se assusta com as cotas e diz que não mudou a rotina depois da sanção da lei. “Acho quer vai mudar muito pouco, pois a quantidade de alunos de escolas públicas que entravam na UFMG já estava em torno de 50%. A boa preparação é a questão que ainda garante a entrada na universidade, até porque o estudante da rede pública terá de passar pela mesma prova que eu. E ele também tem capacidade de ser um bom aluno, por que não?”, ressalta.
O colega dela Rafael Bahia Leite Montes, de 17, candidato ao curso de comunicação social, habilitação em jornalismo, também não se preocupa com as cotas. “Como a lei não foi totalmente aplicada, não mudará muito, por isso mantive o nível de estudos. Só quando houver a implantação total ficará mais difícil para o aluno da escola particular. Então, ele deverá aumentar o nível de estudo o máximo possível. Até a competição entre as escolas vai crescer”, diz.
Rotina estressante
Outra aluna da Professor Leopoldo, Luiza Ribeiro Velasquez Santos, da mesma idade, depende do Enem para tentar educação física em quatro federais. Ela sente que o entusiasmo dos estudantes da rede pública com lei: “Os alunos não tinham confiança para disputar com os das particulares. Agora, muita gente se animou a fazer o vestibular”.
Vice-diretora da Escola Estadual Irmão Afonso, em Uberaba, Cheila Márcia Moreira, confirma que as cotas tiveram repercussão positiva. Professores do colégio do Triângulo Mineiro e voluntários do Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifet) e da UFTM dão aulas preparatórias para o Enem aos sábados. “Temos alunos que passaram na universidade federal em anos anteriores e montamos mural com o nome de todos para mostrar que são capazes de ser e fazer. Às vezes, o que falta é incentivo”, diz. Ela também acha positivo, mas com ressalvas: “Como educadora, creio que não seria esse o caminho. Teria que se investir realmente mais na escola pública para não ser necessário cota. Mas, por outro lado, antes o aluno de escola pública nem sonhava com isso. Hoje tem uma perspectiva maior”.
Na maior federal de Minas Gerais, a UFMG, o prazo para envio das orientações aos alunos que quiserem optar pelas cotas ainda não foi definido. Logo, quem se inscreveu para o vestibular da instituição fará o Enem, válido para a primeira etapa da seleção, sem ao menos saber a relação candidatos/vaga. Mas a instituição garante que, internamente, os procedimentos estão sendo tomados e há prazo suficiente, pois a segunda etapa será aplicada apenas em janeiro.
Na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), as inscrições estão abertas até quarta-feira. Mas no edital vigente não há menção à reserva das 12,5% das vagas. Estão previstos para o início da semana a retificação do edital e a publicação das orientações aos candidatos. Cogita-se também a prorrogação das inscrições. Na federal de Ouro Preto (Ufop), os candidatos farão o Enem sem saber também a quantidade de vagas reservadas. A decisão ficou para dia 14. Atualmente, 30% das cadeiras são destinadas a cotas, mas a Ufop não contempla os mesmos critérios exigidos pela legislação. Na Federal de São João del-Rei (UFSJ), nos Campos das Vertentes, as inscrições, que estavam suspensas, foram reabertas esta semana e vão até o dia 12.
Candidata a uma vaga em direito, Gabriela Delamare Nascimento Ruas, de 17 anos, aluna do Colégio Arnaldo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, não se assusta com as cotas e diz que não mudou a rotina depois da sanção da lei. “Acho quer vai mudar muito pouco, pois a quantidade de alunos de escolas públicas que entravam na UFMG já estava em torno de 50%. A boa preparação é a questão que ainda garante a entrada na universidade, até porque o estudante da rede pública terá de passar pela mesma prova que eu. E ele também tem capacidade de ser um bom aluno, por que não?”, ressalta.
O colega dela Rafael Bahia Leite Montes, de 17, candidato ao curso de comunicação social, habilitação em jornalismo, também não se preocupa com as cotas. “Como a lei não foi totalmente aplicada, não mudará muito, por isso mantive o nível de estudos. Só quando houver a implantação total ficará mais difícil para o aluno da escola particular. Então, ele deverá aumentar o nível de estudo o máximo possível. Até a competição entre as escolas vai crescer”, diz.
Rotina estressante
Outra aluna da Professor Leopoldo, Luiza Ribeiro Velasquez Santos, da mesma idade, depende do Enem para tentar educação física em quatro federais. Ela sente que o entusiasmo dos estudantes da rede pública com lei: “Os alunos não tinham confiança para disputar com os das particulares. Agora, muita gente se animou a fazer o vestibular”.
Vice-diretora da Escola Estadual Irmão Afonso, em Uberaba, Cheila Márcia Moreira, confirma que as cotas tiveram repercussão positiva. Professores do colégio do Triângulo Mineiro e voluntários do Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifet) e da UFTM dão aulas preparatórias para o Enem aos sábados. “Temos alunos que passaram na universidade federal em anos anteriores e montamos mural com o nome de todos para mostrar que são capazes de ser e fazer. Às vezes, o que falta é incentivo”, diz. Ela também acha positivo, mas com ressalvas: “Como educadora, creio que não seria esse o caminho. Teria que se investir realmente mais na escola pública para não ser necessário cota. Mas, por outro lado, antes o aluno de escola pública nem sonhava com isso. Hoje tem uma perspectiva maior”.