O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d'Ávila, defendeu hoje (11 de dezembro) que o governo passe a investir na abertura de mais vagas em residência médica e não na ampliação de escolas e cursos de medicina. “Há uma falsa polêmica entre quantidade e qualidade. A preocupação, mais que o número, é a qualidade do ensino”, avaliou.
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Curso de Medicina da Unincor recebe visita do Mec para verificar irregularidades Medicina é o curso mais concorrido do vestibular Puc MinasUFMG está à caça de alunos para o curso de MedicinaAtualmente, o país conta com uma média de 1,9 médico para cada mil habitantes. O governo defende que o índice ideal seria 2,5. Durante coletiva de imprensa, o presidente do CFM lembrou que algumas localidades como o Distrito Federal chegam a registrar médias superiores a 6 médicos para cada mil habitantes, mas não oferecem boa assistência à população.
“Há uma percepção popular de que falta médico no país. Não é verdade. Faltam médicos no serviço público, onde não há carreira, estímulos, progressão. Os médicos trabalham em condições adversas, sem material”, disse.
Sobre a abertura de instituições para o ensino da medicina, d'Ávila destacou que a maioria das novas escolas não tem corpo docente ou estrutura para aulas práticas, como cadáveres e hospitais. “É uma falácia e uma irresponsabilidade. O que precisamos é de médicos bons e bem formados”, avaliou.
Dados do CFM indicam que o Brasil conta com 197 escolas médicas, algumas com dois ou três cursos distintos. Em todo o país há 208 cursos de medicina. Ainda segundo o conselho, nos Estados Unidos, há 137 escolas de medicina, mesmo com uma população superior à brasileira.
“Temos médicos suficientes. Eles estão mal distribuídos, concentrados no Sul e no Sudeste. A ideia de abrir escolas no interior não é de todo ruim, mas tem que ter qualidade.
Atualmente, cerca de 14 mil médicos se formam todos os anos no Brasil, mas o país registra apenas 7 mil vagas de residência médica..