Alunos da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), no Sul de Minas, ocupam um dos prédios da instituição em um protesto pela melhoria no atendimento aos alunos que necessitam do programa de assistência estudantil. A manifestação começou no fim da tarde de quarta-feira após uma assembleia. Cerca de 90 estudantes passaram a noite no imóvel onde funcionam a reitoria e as pró-reitorias dos cursos da instituição.
O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade, Antônio Augusto Veríssimo, explica que com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que aumentou a oferta de cursos e vagas, assim como o Enem, houve um aumento no número de estudantes que precisam de auxílio financeiro para garantir sua permanência na instituição e também na cidade, no caso de alunos vindos de outras localidades.
Em 2013, no entanto, muitos alunos que estariam no perfil tiveram os pedidos de auxílio financeiro negados. A estimativa do DCE aponta que pelo menos 200 desses alunos não foram atendidos. Segundo Veríssimo, os estudantes já haviam procurado a Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (PRACE) - que recebe a verba referente ao programa de assistência estudantil -, para dialogar sobre o problema, mas as reuniões não teriam avançado. Assim, eles optaram pela ocupação como forma de pressionar a administração da Unifal.
Na manhã desta quinta-feira, representantes da reitoria conversaram com os membros da ocupação e marcaram uma reunião para as 15h com a PRACE. “A pauta é que enquanto todos os estudantes que se enquadram nesse perfil social não forem atendidos pela assistência a gente não desocupa. É claro que teremos uma série de represálias, mas nós estamos preparados”, afirma o presidente do DCE. O em.com.br tentou entrar em contato com a reitoria e com a PRACE Unifal, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.
A ocupação
Pela página do DCE no Facebook, os estudantes postam informações sobre a ocupação da reitoria. De acordo com Antônio Augusto Veríssimo, o protesto é pacífico e não foi necessária intervenção policial. Agentes da segurança universitária, de uma empresa terceirizada pela Unifal, acompanham a manifestação. Os alunos do turno da manhã deixaram o prédio para assistirem as aulas nesta sexta e, à tarde, devem retornar enquanto os demais vão para as salas. Uma comissão foi montada para divulgar a manifestação para outros alunos. Assim, ao longo do dia, é possível que o número de estudantes ocupando o prédio aumente.