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Estado de Minas

Redação do Enem vale pontos decisivos para candidatos

Considerado o diferencial do aluno na prova, texto exige domínio da língua e conhecimento geral


postado em 19/09/2013 07:40 / atualizado em 19/09/2013 10:18

Sersie Antunes, Eduardo Iasbeck, Paullinne Ariel e Nicholas Barbosa Nunes, de 17 anos, alunos do Santa Marcelina, estão apreensivos quanto ao tema da redação do Enem(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Sersie Antunes, Eduardo Iasbeck, Paullinne Ariel e Nicholas Barbosa Nunes, de 17 anos, alunos do Santa Marcelina, estão apreensivos quanto ao tema da redação do Enem (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
No segundo dia das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), alunos de todo o país vão encarar a tão temida redação. Terão de produzir um texto em conformidade com o que está sendo pedido no enunciado sem abandonar todas as regras adotadas no Guia do Participante – A redação no Enem. Em todos os anos, a regra básica não muda: é um texto em prosa, do tipo dissertativo/argumentativo, e o aluno deverá defender uma tese, ou seja, propor uma intervenção para o problema que foi proposto. O manual dá a dica de que o tema deve ser de “ordem social, científica, cultural ou política”. Apesar da amplitude, é possível que as escolas elaborem questões para treinamento dos alunos. A redação, segundo o guia, exige que o candidato discorra em cinco competências: demonstrar domínio da modalidade escrita formal na língua portuguesa; compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema; selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação, e elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. A última competência é a que causa mais temor nos alunos e exige muita preparação. A professora de língua portuguesa e redação do Colégio e Pré-vestibular Elite do Vale do Aço Margarete Abreu Xavier explica que o aluno tem que apresentar uma proposta de solução viável para o que foi pedido, como descrito na competência 5. “Para apresentar essas soluções, o estudante precisa realmente estar consciente dos problemas do cotidiano”, afirma. Segundo ela, se o aluno estiver por dentro do que acontece no país e no mundo ele consegue completar o texto. “No ano passado, por exemplo, o tema foi imigração e para resolver era preciso ter uma visão de mundo que não está nos livros didáticos, mas na televisão, no jornal, são as atualidades”, destaca. Segundo a professora de português do Colégio Santa Marcelina Maria Luiza Borges, o candidato deve ficar atento para não cair no senso comum quando fizer a proposta. “O Enem quer mais do aluno, quer uma reflexão final, sem colocar o problema na mão do governo. Tem que responder como, quando, o quê”, diz. Um exemplo de senso comum é sugerir que sejam feitas campanhas para resolver um problema. Ela alerta que a redação é o diferencial do aluno e, por isso, ele precisa ter conhecimento de atualidades e cuidado na estrutura e organização do texto. “Tem que ser objetivo e persuasivo”, afirma. Como é uma decisiva, o aluno tem de somar pontos na prova objetiva e seu diferencial estará na redação. As dicas dos especialistas são que para fazer um bom texto é preciso muita leitura, interpretar e estar atualizado. No total, a redação vale 1 mil pontos. Segundo o Ministério da Educação, cada prova será corrigida por dois avaliadores, que darão nota de zero a 200 em cada uma das cinco competências. A nota final será a soma da média das avaliações. No caso de dúvida, um terceiro avaliador será acionado para corrigir a prova, e se ainda persistir, por uma banca composta por três professores. TEMPO A redação será no segundo dia de avaliação, quando estarão disponíveis cinco horas e 30 minutos para o texto e a prova objetiva. Uma dica dada pela professora Maria Luiza: o candidato deve iniciar com a redação, ler com atenção, desenvolver o texto e fazer o rascunho. Isso em cerca de 30 minutos. Depois, ele deve fazer o restante do teste, provas de português e matemática. Ao terminar, ele volta para a redação e em mais 30 minutos lê o texto novamente; se encontrar erros, os elimina e escreve a versão final. Já Margarete Xavier lembra aos estudantes que, mesmo que o tempo varie de acordo com cada aluno, é importante tirar pelo menos uma hora para fazer bem a redação. “Não existe medida certa, mas menos de uma hora é arriscado”, afirma. Sersie Antunes Costa Almeida, Eduardo Iasbeck Gonçalves Brasil, Paullinne Ariel Nogueira Barbosa e Nicholas Barbosa Nunes, todos de 17 anos, alunos do Santa Marcelina, estão apreensivos quanto ao tema da redação do Enem. “No ano passado, fazer a tese foi tranquilo, difícil foi a proposta de ação”, diz Sersie, candidata ao curso de medicina. “É desafiador escolher o melhor argumento e propor uma ação, isso sem extrapolar o número de linhas”, afirma Paullinne, que em 2012 alcançou 920 pontos na redação. Alunos perguntam Até quando devo estudar antes da prova do Enem? Qual é o tempo de descanso antes? Letícia Antunes, de 17 anos, candidata ao curso de engenharia genética Especialistas respondem Estratégia de estudo é algo muito pessoal. Realmente, cada aluno se sente seguro de uma forma diferente, muitos precisam de uma revisada na véspera da prova, outros têm a sensação de que ela aumenta a ansiedade e não resolve mais nada. Mas o que eu recomendo é que se tenha um mínimo de um dia de total descanso antes da prova. Como a primeira prova do Enem cai num sábado à tarde, o adequado é que o último dia de preparação seja a quinta-feira. A sexta-feira deve ser de total repouso e associada apenas a atividades relaxantes e uma alimentação leve e equilibrada, com ingestão de muito líquido. Isso é necessário porque a prova é muito extensa e cansativa, exigindo do aluno uma preparação física tão boa quanto a acadêmica. Cada um deve fazer o que o deixar mais seguro, mas o recomendável é que se tenha um tempo de no mínimo um dia de descanso total. André Ricardo de Castro, coordenador pedagógico do Sistema Elite de Ensino FIQUE ATENTO Especialistas dão dicas para fazer uma boa redação e conseguir fazer a diferença na prova » Leia muito » Saiba interpretar o texto » Esteja preparado para apresentar uma solução viável para o problema » Esteja atualizado: leia jornais, revistas, veja telejornais. É preciso ter conhecimento de mundo » Tenha cuidado com a linguagem, com o que você escreve » O texto precisa ter coesão e coerência, os argumentos devem estar fundamentados » O aluno deve saber ler gráficos e tabelas » É uma prova mais extensa, por isso administre bem o tempo » O tempo varia de acordo com o aluno, mas fazer a redação em menos de uma hora é arriscado » Pontue os itens que você vai usar como argumentação antes de redigir » Não existe receita de bolo: pode-se começar o texto com referência histórica, enumeração, citação, a partir de um fato concreto » Erre na sala de aula, ou seja, treine, leve para a correção e se atente às falhas » Escreva com letra legível, capriche para que ela não dificulte a correção e não comprometa o entendimento do texto


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