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Estado de Minas

Prova do Enem aborda temas racial e indígena, manifestações ficam de fora


postado em 26/10/2013 16:53

No segundo ano em que a lei de cotas vale para as universidades federais, para as quais o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a porta de entrada, pelo menos três itens da prova abordaram a questão racial. Segundo participantes que deixavam os locais do exame em São Paulo na tarde deste sábado, houve questões envolvendo a escravatura no Brasil, o racismo no Estados Unidos e a segregação racial na África do Sul.

De acordo com o estudante Matheus Moura, de 18 anos, as questões trouxeram textos próprios de apoio, o que tornou a prova de Ciências Humanas um pouco cansativa. “Apesar de não achar as questões muito difíceis, havia muitos textos, e algumas pegadinhas", disse ele. Natália Perez, de 18 anos, afirmou que foi surpreendida com o número de questões envolvendo política e poder. “Estava muito chato, caíram coisas sobre burguesia e muita coisa de História”, disse ela, que pretende estudar Direito. A partir deste ano, as universidade federais precisam reservar pelo menos 25% das vagas para estudantes de escola pública, respeitando a proporção censitária de pretos, pardos e indígenas de cada Estado.

Manifestações

Ao contrário do que se imaginava, as manifestações de junho no país não foram foco de perguntas específicas neste primeiro dia de Enem. Mas a Copa do Mundo, especialmente os gastos do governo para a organização do mundial, foi tema de uma das questões relacionadas à Filosofia. “A prova não estava tão difícil assim, mas os candidatos precisavam estar bem informados”, disse Ricardo Napoleão da Silva, de 36 anos. O estudante levou pouco menos de 3 horas para concluir a prova, aplicada no campus Vila Mariana da FMU, zona sul de São Paulo.

Situação indígena

Segundo alguns candidatos, apareceram perguntas relacionadas à situação indígena no Brasil e que abordavam o conflito entre fazendeiros e indígenas na demarcação de terras. “A questão indicava o objetivo de fazendeiros tomarem as áreas dos índios”, disse o estudante Marcos Lima, de 18 anos, que estava fazendo o exame na Uniban da Vila Maria, zona norte de São Paulo.


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