No segundo ano em que a lei de cotas vale para as universidades federais, para as quais o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a porta de entrada, pelo menos três itens da prova abordaram a questão racial. Segundo participantes que deixavam os locais do exame em São Paulo na tarde deste sábado, houve questões envolvendo a escravatura no Brasil, o racismo no Estados Unidos e a segregação racial na África do Sul.
Manifestações
Ao contrário do que se imaginava, as manifestações de junho no país não foram foco de perguntas específicas neste primeiro dia de Enem. Mas a Copa do Mundo, especialmente os gastos do governo para a organização do mundial, foi tema de uma das questões relacionadas à Filosofia. “A prova não estava tão difícil assim, mas os candidatos precisavam estar bem informados”, disse Ricardo Napoleão da Silva, de 36 anos. O estudante levou pouco menos de 3 horas para concluir a prova, aplicada no campus Vila Mariana da FMU, zona sul de São Paulo.
Situação indígena
Segundo alguns candidatos, apareceram perguntas relacionadas à situação indígena no Brasil e que abordavam o conflito entre fazendeiros e indígenas na demarcação de terras. “A questão indicava o objetivo de fazendeiros tomarem as áreas dos índios”, disse o estudante Marcos Lima, de 18 anos, que estava fazendo o exame na Uniban da Vila Maria, zona norte de São Paulo.