O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi marcado pela tranquilidade e por poucos transtornos. A exceção ficou por conta de 24 candidatos que insistiram em postar nas redes sociais fotos de dentro das salas de aula e foram eliminados pelo Ministério da Educação (MEC), que já havia alertado que quem quebrasse o sigilo do exame seria desclassificados. Os fiscais contratados, além dos 25 mil policiais militares, federais e rodoviários federais empenhados pelo país, não foram capazes de impedir que várias imagens de capas de cadernos e cartão de respostas chegassem à internet. Em dois perfis era possível ler o nome dos alunos e seus dados pessoais, como carteira de identidade e CPF. Questões de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias também foram divulgadas.
As postagens chegaram a receber mais de 3 mil curtidas no Facebook e centenas de compartilhamentos. Muitas pessoas comentavam e alertavam sobre as punições. Depois que o perfil oficial do MEC começou a anunciar as eliminações na própria rede social, alguns candidatos apagaram as fotos. Mesmo assim, todos os identificados foram eliminados, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), como foi anunciado na sexta-feira pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Ontem, em entrevista coletiva, ele garantiu que quem for pego com o celular ligado na sala de prova será punido com a perda do exame, pois é uma infração prevista no edital. O ministro acrescentou que os eliminados são em sua maioria jovens. Apenas um era mais velho, com 39 anos.
“É difícil compreender porque tomaram uma atitude como essa e anularam sua prova. Continuará sendo assim. A qualquer tempo em que for identificada essa prática, estudantes terão seu exame anulado”, concluiu Mercadante. Quem tiver a prova anulada não terá chance de recurso. Candidatos que saíram da prova antes do período de duas horas de sigilo também foram expulsos. O ministro reforçou que a responsabilidade de cumprir esse horário é do estudante e que o fiscal não tem obrigação de avisá-lo.
Complicações
Em Belo Horizonte, candidatos alegaram erro no endereço do cartão de inscrição. Alguns não conseguiram chegar a tempo na Faculdade Newton Paiva, na Rua Paulo Piedade Campos, no Bairro Estoril, Região Oeste. O Inep confirmou ter recebido reclamações, mas negou qualquer erro na indicação do local de prova. Já o grande volume de candidatos na Facisa BH, no Bairro Lagoinha, Região Noroeste, levou à formação de uma enorme fila na Avenida Antônio Carlos. Cinco minutos antes de a prova começar, muitos ainda não haviam conseguido entrar na instituição e achar sua sala. O mesmo ocorreu na Faculdade Pitágoras, em Betim, na região metropolitana, onde vários candidatos foram agrupados no pátio devido ao excesso de pessoas. O Inep informou que o contratempo não atrapalhou o ingresso dos inscritos às salas de prova antes das 13h.
Cadeirantes também encontraram problemas ao chegar em um colégio em Contagem, na região metropolitana. A entrada para portadores de necessidades especiais na Escola Municipal Cândida Rosa do Espírito Santo, no Bairro Riacho das Pedras, foi aberta com 40 minutos de atraso e complicou o acesso às salas . Os prejudicados registraram boletim de ocorrência na Polícia Militar e conseguiram fazer a prova. Hoje, os inscritos fazem provas de linguagens e seus códigos, matemática e redação. A duração do exame é de cinco horas e meia.