No interior do estado, a escolha da lei seca como tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também surpreendeu e, ao mesmo tempo, agradou aos candidatos. Para eles, a abordagem do assunto na redação do exame também serve para divulgar a lei e conscientizar os motoristas.
Este é o pensamento de Ana Luiza Veloso Rabelo, de 26 anos, que fez as provas em Montes Claros, na busca de uma vaga para o curso de Medicina Veterinária. "Eu esperava que o tema da redação do Enem fosse as manifestações ou a violência dos mascarados durante os protestos. Para mim, a escolha da lei seca foi uma surpresa. Mas, achei um tema fácil. Este é um assunto que deve ser colocado em evidência para que as pessoas tenham mais consciência sobre a importância do cumprimento da lei", afirmou.
O estudante André Alves Rosa, de 21 anos, conta que aproveitou da redação do Enem para apresentar uma sugestão: "é preciso que, além da punição, por intermédio da lei, também sejam feitas campanhas educativas, com palestras nas escolas e com a orientação dos pais, para que eles sirvam de exemplo para seus filhos e não dirijam depois do uso de bebidas alcoólicas", observou o candidato, que já está matriculado no curso de Analise e Desenvolvimento de Sistemas de uma faculdade particular em Montes Claros e fez as provas do Enem para tentar benefícios do FIES e do Prouni.
Para Amanda Franciele Aquino Oliveira, de 19 anos, que fez as provas para o curso de Medicina Veterinária, a discussão sobre a lei seca na redação do Enem serviu como um alerta para os jovens. "Infelizmente, a maioria das pessoas envolvidas em acidentes por causa da bebida é formada por jovens. A juventude precisa se conscientizar da necessidade de não dirigir depois de beber", afirmou. A Policia Militar já realizou algumas operações sobre o cumprimento da lei seca em Montes Claros e promete intensificar as "blitz" a partir de novembro com a chegada de mais equipamentos.
Fizeram as provas do Enem em Montes Claros cerca de 25 mil estudantes em 34 locais. O exame rendeu lucros para os mototaxistas da cidade, pois grande parte dos candidatos optou pelo transporte alternativo. Na cidade, o forte calor foi incômodo para os candidatos, que recorreram a roupas leves - shorts e camisetas. "Com a alta temperatura, as salas ficaram muito abafadas, provocando fadiga", comentou a estudante Ane Caroline Durães, de 21, que fez as provas para o curso de Farmácia.