Estudantes da Universidade Gama Filho, descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC) na última segunda-feira, acamparam em frente ao Palácio do Planalto no início da noite desta quarta-feira e dizem que só vão sair após falarem com a presidenta Dilma Rousseff.
Eles dizem que vão dormir no local e só saem quando a presidenta Dilma “abrir o canal de diálogo”. “A gente vai ficar aqui incomodando a Dilma até ela [nos] receber”, disse, durante o protesto, a estudante Ana Flávia Hissa , que cursava o 5º semestre de Medicina. Durante a tarde, parte do grupo percorreu gabinetes de deputados e senadores em busca de apoio para a federalização da universidade e para um encontro com Dilma.
Ana Flávia declarou, em resposta à notícia de que o MEC descartou essa possibilidade, que o Estado e o próprio ministério devem arcar com as responsabilidades e garantir as vagas dos alunos, apesar de eles não terem passado por processo seletivo próprio de universidades públicas.
“Uma universidade particular é uma concessão do Estado e o MEC tem tanta responsabilidade quanto as particulares. Eles erraram, deixaram um grupo criminoso, que já foi indiciado criminalmente, e homologaram a manutenção”, disse, em referência ao grupo Galileo.
Os estudantes, que vieram a Brasília depois da notícia do descredenciamento, também se encontraram com ex-alunos da Faculdade Alvorada, que após descredenciamento tiveram que ser transferidos para outras instituições. “Na Faculdade Alvorada, fizeram a mesma coisa e não foram atendidos. Então a gente não se ilude com as palavras do Mercadante de que em março de 2014 a gente vai estar estudando”, disse Ana Flávia.
Na semana passada, os estudantes já haviam solicitado, presencialmente e por meio de protocolo, uma audiência com a presidenta Dilma, bem como uma solução, via Presidência, à demanda que, segundo eles, não estava sendo resolvida pelo MEC.
Na tarde de hoje, antes do protesto, a reportagem da Agência Brasil foi informada que o pedido de reunião com a presidenta tinha sido encaminhado ao seu gabinete pessoal, que por sua vez encaminhou resposta negativa alegando haver muitas demandas de agenda. A prerrogativa de resolver a questão, segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, é do próprio MEC, por ser uma demanda específica.