A dona de casa Julieta da Silva Santos não sabia ler nem escrever. Entrou para a escola aos 66 anos na expectativa de curar a depressão, depois da morte do marido. No ano passado, aos 70 anos, ela concluiu o ensino médio e agora sonha com uma faculdade. Julieta é um dos exemplos que levaram Belo Horizonte a conquistar o Certificado Município Livre de Analfabetismo, concedido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). O selo certifica as cidades que conseguiram alfabetizar mais 96% da população, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “BH conseguiu alfabetizar 97,15% da sua população acima de 15 anos. Portanto, somos considerados pelo MEC uma cidade livre do analfabetismo”, diz a secretária municipal de Educação, Sueli Baliza, durante homenagem na tarde de ontem no Teatro Francisco Nunes. O selo existe desde 2005 e é a primeira vez que a capital mineira é contemplada.
A dona de casa Julieta conta que procurou a Escola Municipal Milton Lage, na Região Nordeste, e que no início foi muito difícil aprender a ler e a escrever. “Mas, era muito bom. Eu me distraía. Daí, não parei mais de estudar e ainda faço aula de ginástica, de dança e outras atividades físicas.” Antes, ela tinha dificuldade de andar sozinha por não saber ler o nome das ruas. “Hoje, ando pela cidade toda. Vou continuar estudando. Meu sonho é fazer faculdade. Por que não?”. Julieta sabe também fazer as contas básicas de matemática.
A secretária afirma que a avaliação é feita a cada 10 anos. Segundo ela, em 2000 BH tinha 4,80% de analfabetos e hoje são 2,85%. “Temos ainda cerca de 55 mil pessoas acima de 15 anos que não dominam os conhecimentos básico de português e matemática. Estamos em festa com essa conquista, mas sabemos que o trabalho não se esgota aí. Essas pessoas precisam estar dentro dos muros da escola apreendendo.”
A capital tem hoje cerca de 540 turmas e pelo menos 20 mil alunos na educação de jovens e adultos, envolvendo 600 professores, segundo a secretária. “São 106 escolas ministrando aulas para jovens e adultos e 25 parceiros que disponibilizam espaços para esse trabalho. Nossa maior dificuldade é fazer com que o aluno se dedique ao estudo. É fazer com que a pessoa, depois de certa idade e de um certo ritmo de vida, consiga estudar, seja em qualquer horário. Mas quando elas adquirem o certificado, isso é uma conquista muito grande.”
Ontem, estudantes que ganharam medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática e no Concurso Nacional Anne Frank foram homenageados. Willian Júnio, de 15, aluno do 9º período da Escola Municipal Anne Frank, do Bairro Confisco, na Pampulha, fez uma redação associando a história da adolescente alemã de origem judaica vítima do Holocausto, morta aos 15 anos, e que se tornou famosa com a publicação póstuma do seu diário, com os direitos humanos atuais. Ele ficou em primeiro lugar e parte do prêmio foi conhecer Amsterdã, na Holanda, de onde chegou recentemente. Lá, conheceu a casa onde viveu Anne Frank e a sinagoga frequentada pela família dela.
“Ela sofreu naquela época o que muitos jovens ainda vivem, como o preconceito e a discriminação racial e social. Hoje, as pessoas têm mais conhecimento dos seus direitos, mas muitos não usufruem dos mesmos”, disse o Willian. A amiga dele, Lídia Helen Oliveira Lopes, de 14, ficou em primeiro lugar na categoria B do concurso e ganhou um tablet. Verônica Helena do Prado Vital, de 15, do 1º ano da Escola Profissionalizante Santo Agostinho, no Barreiro, ganhou medalhas de bronze em 2011 e 2012 na Olimpíada de Matemática. “Acho que foi um reconhecimento ao meu esforço e um incentivo para eu continuar estudando”, disse a jovem.
Para o prefeito Marcio Lacerda (PSB), a conquista do Selo Município Livre do Analfabetismo se deve a um trabalho de alta qualidade da educação em BH, com contribuição do governo do estado na educação fundamental. Ele disse que 30% do orçamento para 2015, sobre o total de impostos e transferência obrigatórias do governo federal, que representam cerca de R$ 1,4 bilhão, vão para a educação. “A Constituição exige 25%”, disse.
A dona de casa Julieta conta que procurou a Escola Municipal Milton Lage, na Região Nordeste, e que no início foi muito difícil aprender a ler e a escrever. “Mas, era muito bom. Eu me distraía. Daí, não parei mais de estudar e ainda faço aula de ginástica, de dança e outras atividades físicas.” Antes, ela tinha dificuldade de andar sozinha por não saber ler o nome das ruas. “Hoje, ando pela cidade toda. Vou continuar estudando. Meu sonho é fazer faculdade. Por que não?”. Julieta sabe também fazer as contas básicas de matemática.
A secretária afirma que a avaliação é feita a cada 10 anos. Segundo ela, em 2000 BH tinha 4,80% de analfabetos e hoje são 2,85%. “Temos ainda cerca de 55 mil pessoas acima de 15 anos que não dominam os conhecimentos básico de português e matemática. Estamos em festa com essa conquista, mas sabemos que o trabalho não se esgota aí. Essas pessoas precisam estar dentro dos muros da escola apreendendo.”
A capital tem hoje cerca de 540 turmas e pelo menos 20 mil alunos na educação de jovens e adultos, envolvendo 600 professores, segundo a secretária. “São 106 escolas ministrando aulas para jovens e adultos e 25 parceiros que disponibilizam espaços para esse trabalho. Nossa maior dificuldade é fazer com que o aluno se dedique ao estudo. É fazer com que a pessoa, depois de certa idade e de um certo ritmo de vida, consiga estudar, seja em qualquer horário. Mas quando elas adquirem o certificado, isso é uma conquista muito grande.”
Ontem, estudantes que ganharam medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática e no Concurso Nacional Anne Frank foram homenageados. Willian Júnio, de 15, aluno do 9º período da Escola Municipal Anne Frank, do Bairro Confisco, na Pampulha, fez uma redação associando a história da adolescente alemã de origem judaica vítima do Holocausto, morta aos 15 anos, e que se tornou famosa com a publicação póstuma do seu diário, com os direitos humanos atuais. Ele ficou em primeiro lugar e parte do prêmio foi conhecer Amsterdã, na Holanda, de onde chegou recentemente. Lá, conheceu a casa onde viveu Anne Frank e a sinagoga frequentada pela família dela.
“Ela sofreu naquela época o que muitos jovens ainda vivem, como o preconceito e a discriminação racial e social. Hoje, as pessoas têm mais conhecimento dos seus direitos, mas muitos não usufruem dos mesmos”, disse o Willian. A amiga dele, Lídia Helen Oliveira Lopes, de 14, ficou em primeiro lugar na categoria B do concurso e ganhou um tablet. Verônica Helena do Prado Vital, de 15, do 1º ano da Escola Profissionalizante Santo Agostinho, no Barreiro, ganhou medalhas de bronze em 2011 e 2012 na Olimpíada de Matemática. “Acho que foi um reconhecimento ao meu esforço e um incentivo para eu continuar estudando”, disse a jovem.
Para o prefeito Marcio Lacerda (PSB), a conquista do Selo Município Livre do Analfabetismo se deve a um trabalho de alta qualidade da educação em BH, com contribuição do governo do estado na educação fundamental. Ele disse que 30% do orçamento para 2015, sobre o total de impostos e transferência obrigatórias do governo federal, que representam cerca de R$ 1,4 bilhão, vão para a educação. “A Constituição exige 25%”, disse.