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Estado de Minas

Candidatos recebem cartão de confirmação de inscrição no Enem

Provas ocorrem nos dias 8 e 9 de novembro; meta agora é revisar conteúdos


postado em 28/10/2014 06:00 / atualizado em 05/11/2014 17:19

Os estudantes Laura Pinheiro e Caio Augusto não escondem o frio na barriga, mas garantem que estão bem preparados(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Os estudantes Laura Pinheiro e Caio Augusto não escondem o frio na barriga, mas garantem que estão bem preparados (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

O Ministério da Educação (MEC) liberou ontem o acesso dos candidatos aos cartões de confirmação de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pela internet. O documento também começou a ser enviado pelos Correios. Para os alunos, ele tem um significado ainda maior que o de poder conferir os dados pessoais e o local de provas: agora, o teste está mesmo batendo à porta. Professores alertam que, nos momentos finais, o importante é não perder o foco e se concentrar em eventuais dúvidas e nos simulados de edições passadas da avaliação. Diminuir o ritmo e se preocupar com a saúde física e mental são outros pontos importantes para se dar bem na prova nos dias 8 e 9 do mês que vem e garantir uma vaga na universidade.

No cartão constam o nome e o CPF do candidato; o número de inscrição no Enem; data, hora e local de prova e opção de língua estrangeira. Há ainda informação da necessidade de atendimento especializado ou específico e indicação de solicitação de certificação do ensino médio, quando forem esses os casos. Se houver cartões devolvidos, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) vai entrar em contato com os candidatos por meio de mensagens de celular e e-mail informados no ato da inscrição. Quem não receber o cartão, não conseguir imprimi-lo pela internet (https://enem.inep.gov.br) ou constatar erro no documento deve entrar em contato com o atendimento ao participante, pelo telefone 0800-616161.

Aluno do Colégio Arnaldo, Caio Augusto Reis Macedo, de 17 anos, candidato ao curso de geologia, diz que o frio na barriga já começou: “Hoje (ontem) é que caiu a ficha e percebemos que faltam menos de duas semanas”. A filosofia do garoto é estudar o quanto for possível. Ele fica na escola o dia todo e ainda vai para um cursinho à noite. A rotina de estudos começa às 7h15 e só termina às 22h30, de segunda a sexta-feira. Os fins de semana são dedicados ao descanso e aos amigos, embora filmes e documentários também façam parte dos momentos de relaxamento. “É uma pressão grande e, se não tiver válvula de escape, não aguentamos.”

A escolha por um cursinho se deu pelo crescimento da concorrência, ampliada para nível nacional depois da entrada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). E também pelo aumento da dificuldade da prova. Nos momentos que antecedem o Enem, Caio dá prioridade para a revisão de conteúdos, já que as matérias do colégio já foram dadas. “Estamos saturados, por isso, é preciso ter algo mais focado.”

PREPARAÇÃO

Também aluna do Arnaldo, Laura Costa Pinheiro, de 18, que está de olho em uma vaga no curso de conservação e restauração de bens móveis, estava preocupada com a data de chegada do cartão de inscrição. “Esse é um choque básico que temos antes da prova”, diz. A garota também optou por estudar no curso preparatório para o Enem à noite, para se dedicar à revisão de conteúdos.

“A preparação vem desde o 1º ano do ensino médio. Então, não vejo por que surtar ou engolir livro agora. Não adianta entrar em pânico, pois não se consegue absorver conteúdo em tão pouco tempo. Preciso trabalhar é a questão emocional e psicológica”, afirma. Laura também dedica os fins de semana ao descanso. Para ela, sair com os amigos e falar de outros assuntos que não seja o vestibular é fundamental para pôr a cabeça em ordem: “O Enem é uma maratona e ficamos um ano inteiro por conta dele”.

Professora e diretora pedagógica do Colégio M2, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Rúbia Fantauzzi de Lacerda diz que a hora é de se concentrar em conteúdos sobre os quais os alunos se sentem inseguros. “É importante ainda buscar apoio nas pessoas que estão disponíveis para esclarecer as últimas dúvidas e dar ênfase a assuntos contemporâneos para a produção de texto”, afirma, citando a reforma política e os conflitos internacionais e seus efeitos na economia brasileira como possíveis temas a serem cobrados na redação.


Estudantes ficam mais seguros com simulados

Revisão é a palavra-chave para o combate à ansiedade e ao nervosismo nos dias que antecedem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na opinião do professor Ilton Chaves, diretor do Colégio Franciscano Sagrada Família, no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Segundo ele, os alunos não têm dimensão do quanto sabem, por isso, rever matérias ou pontos específicos é importante para os estudantes ficarem tranquilos e verificar eventuais dificuldades. “É uma semana preparatória para o aluno mostrar o que sabe, tirar uma dúvida mais grosseira que ainda resta e cuidar do lado emocional.”

O educador alerta que um bom exercício é refazer provas de edições anteriores, principalmente aquelas aplicadas a partir de 2009. “Os alunos viram essas questões nos últimos dois anos, mas refazer dá segurança.” O melhor é responder às questões, obedecendo à sequência da prova. “O encadeamento das questões tem uma lógica que segue a da teoria de resposta ao item (TRI). Nela, as mais fáceis e básicas têm peso diferente das difíceis”, diz. Ele lembra que, por ser o Enem uma avaliação extensa, seguindo essa ordem é possível se inteirar do ritmo e assimilar a lógica da avaliação.

Ilton Chaves pede atenção especial à redação, que por si só vale 1 mil pontos. Por isso, além de dominar a técnica da escrita, é preciso ter conhecimentos gerais. E, para isso, ele aconselha a ler jornais e acompanhar, sobretudo, a sessão de cartas do leitor e os artigos de opinião, que mostram os argumentos da sociedade. O professor ressalta que a habilidade mais valorizada dessa prova é a proposição de soluções no fim do texto e, de acordo com relato de corretores, é o ponto que os candidatos mais esquecem de cumprir.

O professor destaca ainda que é essencial reforçar momentos de descanso, exercícios físicos, alimentação e hidratação, quatro fatores importantes para o organismo estar bem disposto e ter a capacidade de concentração aumentada. “Outra boa estratégia é formar grupos de três ou quatro alunos, mesclando em casa o estudo individual e com colegas”, afirma. “A prova é um momento solitário, é o aluno e o exame, por isso, esse estudo em grupo dá conforto emocional”, acrescenta.

Para aguentar essa verdadeira maratona e lembrar detalhes é preciso estar descansado. “Tem que confiar na sua vida escolar. Tudo o que o estudante fez até aqui é o responsável maior pelo seu sucesso ou não.”


FIQUE LIGADO

PROVAS
Quando:
8 de novembro (sábado) – ciências humanas e ciências da natureza
Duração: 4 horas e meia
9 de novembro (domingo) – linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática
Duração: 5 horas e meia
Horário: 13h (horário de Brasília)
Total de inscritos:
8,7 milhões em todo o Brasil
979.259 em Minas Gerais


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