O empresário Rogério Diamante Coelho, de 36 anos, participa de dois grupos de conversas pelo celular e pelo Facebook, da escola atual e da anterior da filha Maria Clara, de 6, aluna do 1º ano do ensino fundamental. A troca de informações vai de livros a dicas de passeios. Sugestões de onde comprar material escolar mais barato, dúvidas quanto ao dever de casa e respostas em tempo real. “As pessoas têm cada vez menos tempo de ligar uma para a outra. Quando lançam uma questão no WhatsApp, poucos minutos depois têm resposta e opinião de várias pessoas”, diz.
Serve até mesmo para conferir se o dever mostrado é realmente só aquele. “Os meninos de hoje estão muito espertos e sabem nos chantagear de maneira incisiva. Assim, no grupo, um vai ‘dedando’ o outro, mesmo sem querer”, conta. Rogério já se prepara para entrar em mais grupos, daqui a alguns meses, quando a caçula Anne, de 1 ano, for para a escola infantil.
A servidora pública federal Jenniffer Abelha, de 41, é mãe de Bruna, de 5, aluna do 1º ano do ensino fundamental, Júlia, de 8, estudante do 3º ano, e Gabriela, de 1, e também participa de vários grupos. Somente relacionado a Bruna, estão os pais da sala antiga e da atual. No início do ano letivo, em reunião no colégio, uma mãe se prontificou a criar o grupo e rapidamente todos estavam conectados. Ela faz parte ainda de uma comunidade do Facebook com 116 membros que reúne pais de todo o 3º ano e que tem um subgrupo de WhatsApp com 39 integrantes. E é também uma das milhares de mães que discutem de educação a indicação de lojas e salão de beleza em outro grupo do WhatsApp. Somente naqueles relacionados à escola, a servidora mantém contato direto com cerca de 100 mães e pais.
Indicar onde encontrar determinado livro que possa estar em falta em algumas lojas, promover encontros entre pais e filhos, dar dicas culturais e, eventualmente, trocar informações sobre exercícios, alguma dúvida e esclarecimento é ainda parte da rotina. Os pais aproveitam ainda para trocar e publicar provas de anos anteriores para facilitar os estudos, além de postar informações importantes de interesse geral que possam influenciar a rotina. “Essa semana, por exemplo, comentamos sobre a falta de gasolina em alguns postos de BH”, conta.
Jenniffer admite que essa é uma ajuda e tanto: “Já aconteceu de, na correria do dia a dia, eu me esquecer da iminência de algum evento ou festa, ou de algum livro em especial que deveria ser enviado para a escola em determinada data e as pessoas do grupo, por se manifestarem, acabam me lembrando de algo e vice-versa. Sobretudo no meu caso, que tenho três filhas e trabalho fora, são muitas demandas, e os grupos auxiliam muito”.