Jornal Estado de Minas

UFOP suspende início das aulas de graduação por causa de greve dos servidores


As aulas dos cursos presenciais de graduação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) estão suspensas por tempo indeterminado. A decisão foi anunciada pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd), nesta terça-feira, em razão das greves dos Docentes e dos Servidores Técnico-Administrativos. A paralisação já dura 52 dias. A categoria está em negociação para reajuste salarial.

A greve dos servidores teve início no dia 1º de junho. Na última quinta-feira, a categoria se reuniu com conselhos da universidade e pediu a suspensão do calendário acadêmico do segundo semestre deste ano. “Tínhamos solicitado a suspensão das atividades, como matrícula e todas as seções de ensino. O objetivo de parar é para sensibilizar o Ministério de Educação (MEC) que tem uma pauta específica com a gente e o Ministério do Planejamento”, afirma Sérgio Neves, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da Ufop (ASSUFOP).

De acordo com a ASSUFOP, os servidores responsáveis por fazer as matrículas dos alunos não estão trabalhando.
Por causa disso, não há quem faça o serviço e a suspensão das aulas teve que ser realizada. Em nota, divulgada nesta terça-feira, a UFOP informou que as aulas estão suspensas por tempo indeterminado “em razão das greves dos Docentes e dos Servidores Técnico-Administrativos”.

A categoria reivindica reajuste salarial de 27,3%, o fim dos cortes no orçamento da educação, abertura de concurso e a extinção da terceirização no serviço público. As negociações já começaram, porém, seguem com impasse. “O governo nos ofereceu 21,3% divididos em quatro parcelas, pagas em quatro anos. Isso não repõe nem a inflação do período passado e nem vai atender a inflação futura”, diz Sérgio Neves.

Sobre os prejuízos que a greve podem causar aos estudantes, o sindicato afirma que essa é a única medida para pressionar o governo.
“Infelizmente a greve é a única arma que nós temos para poder sensibilizar o governo, diferente de grandes empresários que utilizam outros meios de pressão. Infelizmente vai causar prejuízos. Se o governo demorar mais para negociar, os prejuízos vão sempre aumentar”, comunicou. .