A decisão da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) de adiar, por tempo indeterminado, o início das aulas no segundo semestre de 2015 pode fazer com que o fim do período se estenda até o início do ano que vem. A previsão é do pró-reitor Marcílio Sousa da Rocha Freitas que diz não ter o que fazer além de esperar o fim da greve dos servidores Técnico-Administrativos. A categoria está paralisada há 52 dias em negociação por reajuste salarial. Os trabalhadores são responsáveis por fazer a matrícula dos servidores. O serviço não está sendo feito, por isso, a instituição decidiu postergar o retorno dos alunos.
Com a paralisação, os servidores responsáveis pelas matrículas deixaram de trabalhar. “A greve está impedindo os técnicos de fazerem o serviço. Se não for encerrada a greve, não tem com fazer a matrícula. O lançamento dos horários da disciplina tinha que ser feito pelos servidores, como não tem como, não dá para ter aula”, diz o pró-reitor Marcílio Freitas.
O retorno das aulas estava previsto para 3 de agosto. Porém, ainda não há confirmação de quando será retomada. Dependendo do andamento da paralisação, o período escolar deve terminar apenas no ano que vem. “Caso não comece dia 3, as aulas vão terminar posteriormente. Estava previsto terminar antes do natal, com o atraso pode terminar no início de 2016. Nenhum dia vai ser eliminado. Se começar atrasado vai terminar depois”, comentou o pró-reitor.
A categoria reivindica reajuste salarial de 27,3%, o fim dos cortes no orçamento da educação, abertura de concurso e a extinção da terceirização no serviço público. As negociações já começaram, porém, seguem com impasse. “O governo nos ofereceu 21,3% divididos em quatro parcelas, pagas em quatro anos. Isso não repõe nem a inflação do período passado e nem vai atender a inflação futura”, diz Sérgio Neves.
Sobre os prejuízos que a greve podem causar aos estudantes, o sindicato afirma que essa é a única medida para pressionar o governo. “Infelizmente a greve é a única arma que nós temos para poder sensibilizar o governo, diferente de grandes empresários que utilizam outros meios de pressão. Infelizmente vai causar prejuízos. Se o governo demorar mais para negociar, os prejuízos vão sempre aumentar”, comunicou.