As aulas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) podem começar com três semanas de atraso. Uma assembleia dos técnicos-administrativos em educação da universidade, que estão em greve, foi realizada na manhã desta quinta-feira. Segundo Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino (Sindifes), a categoria aceitou a proposta do reitor e do pró-reitor da instituição, que participaram do encontro, para que as matrículas comecem a ser realizadas em 3 de agosto. As aulas começariam no dia 24. A UFMG confirmou que as aulas não terão início na próxima segunda-feira. Porém, a data de quando começará o segundo semestre letivo ainda será decidida em reunião do conselho universitário nesta tarde.
Em todo o estado, mais da metade das instituições mineiras adiaram o início do segundo semestre letivo por causa da greve, paralisação de obras e corte de verbas - foram congelados R$ 1,9 bilhão em todo o país, dos quais pelo menos R$ 130 milhões em Minas. O jornal Estado de Minas também apurou que seis das 11 instituições públicas do estado adiarão o início do semestre letivo, previsto para agosto no calendário acadêmico: as federais de Juiz de Fora (UFJF), Ouro Preto (Ufop), Lavras (Ufla), Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), do Centro Federal de Educação de Tecnológica de Minas Gerais.
Reivindicações
Mesmo com o acordo para o retorno das atividades na UFMG, os servidores ressaltam que continua em estado de greve. Segundo o Sindifes, a categoria aguarda um posicionamento do governo federal sobre o movimento. Na próxima semana, está marcada uma manifestação nacional em Brasília. Caravanas devem sair de Belo Horizonte, Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais e Juiz de Fora, na Zona da Mata.
A reivindicação inicial dos grevistas era de reajuste salarial de 27,3%, relativo à reposição de perdas com a inflação. A proposta do governo foi de um reajuste de 21,5% dividido em quatro anos. A categoria fez uma contraproposta e estaria
disposta a negociar se esse período fosse reduzido em até dois anos, o que não foi atendido pelo governo. O Ministério do Planejamento apresentou a proposta de reajuste do auxílio alimentação, que passaria de R$ 373 para R$ 458 e reajuste do auxílio saúde, que teria um aumento de 22% sobre o valor recebido por cada trabalhador.