Jornal Estado de Minas

Professores de escolas mineiras falam sobre o desafio da redação do Enem

A média geral do Enem em redação caiu de 447, em 2013, para 434, em 2014, quando os candidatos escreveram sobre a publicidade infantil no Brasil. Cerca de 529 mil estudantes zeraram a prova. A maior média estadual foi do Centro Educacional Frei Seráfico (836,30), de São João del-Rei. A segunda escola mineira no ranking nacional foi o Colégio Magnum Agostiniano Buritis, de Belo Horizonte (819,17), seguido pelo Coluni, de Viçosa (818,19), Santo Agostinho, de BH (812,37), Escola Educação Criativa, de Ipatinga (809,57), e Coleguium, também da capital (807, 78).

Na avaliação da professora de português e redação do Colégio Chromos, Poliana Wink, o desempenho na redação reflete a condição de preparação dos candidatos. A prova avalia um gênero específico, o dissertativo-argumentativo, em que o estudante precisa defender uma tese por meio de uma argumentação coerente. Para obter sucesso na escrita, Poliana explica que aluno deve conhecer bem esse gênero textual. “A organização do Enem também espera que o candidato tenha uma formação cidadã e apresente uma proposta de intervenção na situação-problema”, diz. É preciso ainda se manter informado sobre temas da atualidade e treinar a escrita.
“Quando o aluno treina, descobre se tem defasagem e, ao longo da preparação, poderá supri-la.”

É fundamental conhecer a gramática, ter bom conhecimento linguístico e habilidade para fazer a articulação entre frases e ideias. Muitos candidatos ignoram que também é necessário conhecer a Declaração dos Direitos Humanos, pois argumentação que firam preceitos universais podem significar nota zero. Desde 2012, quando um candidato colocou uma receita de macarrão instantâneo na redação, a correção está mais rigorosa. Poliana lembra que em 2013 caiu em cerca de 75% o número de redações que receberam nota total, 1 mil pontos. Em 2014, foram apenas 250, uma redução significativa, na avaliação da professora.

No Bernoulli, o aluno tem que escrever uma redação por semana, desde o nível fundamental, conta o diretor de Ensino, Rommel Fernandes Domingos. “Não é nada enigmático, não. É escrever muito e com a devida orientação e correção dos professores”, esclarece.

Para o diretor do Colégio Elite Vale do Aço, Átila Zanone, a redação é um desafio gigante.“Na medida em que o Inep aperfeiçoa o método de correção, a gente consegue subsídio para comparar os nossos próprios desempenhos e traçar estratégias para melhorar”, disse.

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