Um mês depois da data prevista para retomada das aulas no segundo semestre, estudantes de boa parte das universidades federais em Minas Gerais não fazem a menor ideia de quando retornarão às salas de aula. Das 11 instituições do estado, o semestre letivo não começou em quatro: Juiz de Fora (UFJF), Ouro Preto (Ufop), Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e Lavras (Ufla). Na Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), as aulas até recomeçaram, mas ocorrem de forma precária. De maneira geral, nas instituições em que os cursos foram reiniciados, os alunos enfrentam dificuldades, com bibliotecas e laboratórios fechados.
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UFMG admite que cortes podem afetar níveis de excelência em ensino da universidadeReitor da UFMG afirma que as aulas não voltaram em condições normaisAulas nas federais voltam, mas cortes e greves comprometem o 2º semestreCorte de verbas e greve de servidores na UFMG levam incertezas na volta às aulas Arrocho do governo federal leva a cortes de vagas e de programa de intercâmbioA redução de 10% no custeio e 47% em verbas de capital deixa em situação difícil até mesmo as instituições em que as aulas foram retomadas, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com informações repassadas por essas instituições, os cortes, somados, ultrapassam R$ 170 milhões em Minas. Para a Ufla, a medida vai representar uma redução de cerca de R$ 30 milhões. Na pós-graduação, o custeio foi reduzido em 65%, o que representa perda de R$ 1,37 milhão. A UFMG anunciou perdas de R$ 50,7 milhões e um déficit de R$ 22,8 milhões, que dificultará o andamento do semestre.
O professor Marcelo de Carvalho Alves, do Departamento de Engenharia da Ufla, espera que haja um acordo com o governo federal, para que a situação nas universidades seja normalizada. Segundo ele, a universidade sequer realizou os procedimentos necessários para que as matrículas ocorram. “Os professores estão bem mobilizados e muito insatisfeitos”, diz.
Em Juiz de Fora, os professores aderiram à greve em 3 de agosto, data prevista para o começo do semestre. A Reitoria tenta negociar com os técnicos administrativos para que uma parcela da categoria possa viabilizar os procedimentos para que sejam realizadas as matrículas de calouros. Os novos alunos fizeram o registro da matrícula online, mas é preciso entregar os documentos para a conferência de informações. Na UFTM, as aulas recomeçaram, mas apenas 30% da graduação está funcionando. Em alguns cursos, somente dois professores lecionam. Muitos alunos também aderiram à greve.
OCIOSIDADE E TEMOR
Em Mariana e Ouro Preto, os estudantes buscam atividades para passar o tempo nas repúblicas. A greve e, principalmente, a crise financeira pela qual passa a Ufop preocupa os estudantes. É o caso de Dâmaris Starling Ferreira Araújo, de 25 anos.
O comando nacional de greve dos professores universitários deve se reunir hoje com representantes do MEC, em Brasília. Eles pedem um reajuste de 27,3% e a correção de distorções na carreira dos docentes.
Em nota, o MEC disse que a greve dos servidores, iniciada em maio, preocupa principalmente devido aos alunos que estão sem aulas e ao prejuízo ao cronograma das instituições. A pasta informou ainda que, com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, trabalha para reestabelecer a atividade acadêmica..