Em greve desde maio, servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fecharam a reitoria da instituição, que fica no câmpus Pampulha, em Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira, impendido a entrada de funcionários. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Instituições Federais (Sindifes), a categoria realiza uma assembleia e reclama da morosidade do governo nas negociações. Entre os assuntos da reunião estão a possível volta ao trabalho em 5 de outubro.
Entre as reivindicações da categoria estão a reposição de perdas e aprimoramento da carreira, reajuste salarial de 27,3%, turnos contínuos com redução da jornada de trabalho para 30 horas, sem ponto eletrônico e redução de salário, revogação da lei que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para gerir os hospitais universitários das instituições e processo eleitoral paritário para escolha de gestores nas universidades públicas. Os trabalhadores também protestam contra a terceirização.
O protesto terminou por volta das 12h30 e os servidores deixaram o local. Uma nova assembleia foi marcada para sexta-feira. Por meio de nota, assinada pelo reitor Jaime Arturo Ramíres e a vice-reitora Sandra Goulart Almeida, a UFMG classificou o ato como “inaceitável”. Leia na íntegra:
A Administração Central da UFMG foi surpreendida, na manhã desta terça-feira, 29 de setembro, com o bloqueio do prédio da Reitoria pelo Sindifes. Esse gesto, que consideramos inaceitável, afronta o direito irrevogável de ir e vir das pessoas e impede o acesso ao local de trabalho dos servidores que não participam do movimento, além de inviabilizar o atendimento da comunidade da UFMG e da sociedade que demandam serviços prestados pela Administração Central.
Ressaltamos que este Reitorado reconhece o direito de greve dos servidores e a legitimidade do movimento em curso e tem-se valido sempre do diálogo para a solução dos problemas. No entanto, repudiamos a decisão do Sindifes de bloquear o acesso ao prédio da Reitoria e tomaremos as medidas necessárias para restabelecer a normalidade das atividades da Administração Central.
Até que o acesso ao prédio da Reitoria seja restabelecido, cumpriremos as agendas do Reitorado na Escola de Engenharia, no caso do reitor, e na Faculdade de Letras, no caso da vice-reitora. Os pró-reitores e diretores da Administração Central farão o mesmo em suas respectivas Unidades.
(Com informações de Paulo Henrique Lobato)