Os números, fórmulas e equações costumam assustar os estudantes. No entanto, desde que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou a ser a porta de entrada para muitas universidades públicas e privadas, a prova de matemática e suas tecnologias deixou de ser uma esfinge a ser decifrada. “A prova deixou de ser um bicho de sete cabeças”, afirma o professor de matemática do Colégio Magnum José Augusto de Melo. A área de conhecimento – entre as quatro avaliadas – ainda obteve a menor média no Enem 2014, o que exige que os estudantes tenham atenção no processo de preparação e foco redobrado ao fazer a prova. Outro ponto de atenção para os candidatos é que o teste é realizado no mesmo dia da prova de linguagens, código e suas tecnologias e redação, no dia 25. Na terceira reportagem da série sobre o Enem, o Estado de Minas traz dicas de como se preparar para a prova e o que fazer na hora H.
O professor José Augusto alerta que o fato de a prova ter ficado mais fácil de ser resolvida não significa que os alunos não devam se preocupar com ela. “Quando a prova é difícil, ela é para todo mundo. Mas o inverso também é verdadeiro.
Nesta reta final, os professores aconselham uma revisão do conteúdo e bastante exercício. Não é possível saber ao certo o que será cobrado, mas alguns temas apareceram de forma recorrente nas últimas edições. José Augusto sugere que os candidatos não se esqueçam de estudar porcentagem, juros e análise combinatória. Em geometria, um tópico que costuma ser cobrado é semelhanças entre triângulos e o teorema de Pitágoras. Outro item com grande probabilidade de ser testado é geometria espacial, em especial cálculo de volumes e áreas.
A prova não é conteudista, mas é preciso saber a matéria para desenvolver os raciocínios que as questões suscitam. “É preciso saber algumas coisas básicas. As questões envolvem mais raciocínio e uma leitura adequada”, diz. Muitas vezes, a incapacidade de leitura e interpretação dos enunciados é o primeiro entrave à realização da questão.
O estudante deve prestar muita atenção à divisão do tempo para fazer as provas de matemática, linguagens e códigos e redação. “Muitos estudantes levam duas horas na redação, o que prejudica o tempo para as outras duas provas.” É preciso dividir o tempo entre a feitura do texto argumentativo-dissertativo e os outros testes. Para fazer as 90 questões objetivas, o estudante levará uma média de três minutos em cada uma. Um dos pontos positivos do Enem, na avaliação de José Augusto, é que motivou o Ministério da Educação (MEC) a estabelecer uma base nacional comum.
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DICAS
1 – Aproveitar o tempo que resta para fazer a revisão do conteúdo.
2 – Manter a calma e a confiança, mas sem excesso.
3 – Alimentar-se bem e dormir bem. É preciso assegurar que no dia da prova o corpo esteja em ordem, para que a mente possa funcionar. A prática de atividade física também ajuda a afastar depressão, que pode surgir devido à pressão por que passa o candidato.
4 – Sempre buscar o auxílio do professor quando tiver dúvida sobre algum conteúdo. Tentar resolver dúvidas sem a ajuda de um especialista pode gerar um sentimento negativo e minar a confiança.
5 – Nos dias que antecedem a prova, é importante deitar cedo, para ir para o teste descansado.
Na hora H
1 – Fazer leitura, com atenção, dos enunciados.
2 – Saltar questões consideradas difíceis para conseguir chegar às fáceis que possam estar no fim.
3 – Reservar meia hora para passar o gabarito.
4 – Chegar ao local de prova uma hora antes, para não sofrer com estresse.
5 – Levar algum alimento e usar roupas confortáveis.
Depoimento
Luana Fonseca de Almeida,
18 anos, 2º período de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
“O processo de preparação foi bem puxado. Desde o oitavo ano do ensino fundamental, eu sabia que queria medicina e comecei a me preparar. Fiz o 3º ano do ensino médio em horário integral no Magnum, então, não tinha tempo para fazer cursinho. O colégio deu muito suporte. Eu estudava muito. Chegava ao colégio às 7h10 e ficava até 17h40. Depois ia para casa e estudava das 19h às 22h. A cada simulado que fazia, eu tentava melhorar. Tinha facilidade em matemática e em ciências da natureza, matérias que eu gostava de estudar. Mas, como concorria a uma vaga para medicina, tinha que estudar todas. Foquei humanas, em que eu tinha dificuldade. É importante ter foco, ter horário de estudo e não deixar que outras coisas desviem a atenção. É um período em que a gente fica muito estressado. Por isso, é muito importante ter o apoio da família e procurar descontrair. Se a gente ficar o tempo todo estudando, não aguenta.”.