A educação a distância (EAD) no Brasil tem se popularizado cada vez mais. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), 75% das universidades públicas já oferecem cursos de graduação e técnicos dentro do modelo. Nas faculdades particulares, o índice é bem menor: apenas 3%. Mas o empenho em aumentar esse número tem feito da EAD uma boa alternativa para quem não dispõe de muito tempo, seja para uma graduação ou para uma pós.
É o caso de Kelly Cristina Oliveira Costa, de 38 anos. Formada em pedagogia, faz pós-graduação em psicopedagogia pela internet e não abre mão desse modelo. “Sou muito grata por estudar assim. Aprendi muito, inclusive a me disciplinar e a esperar mais pelas coisas, já que nem tudo acontece na hora que a gente quer.” Além da pós, Kelly está fazendo graduação em letras, simultaneamente.
Leia Mais
Pós-graduação é importante para se qualificar e saber alinhar prática e teoriaComo fazer a escolha ideal de sua pós-graduaçãoConfira oportunidades de cursos e processos seletivosEstudantes buscam alternativas ao financiamento estudantil; conheça os programasTer um bom professor como exemplo pode ser determinante na escolha da profissãoHabilidade ao responder questões do Enem vai ajudar candidato a ter nota mais altaA autonomia é um dos principais desafios. Seja na graduação ou na pós, o aluno se torna o protagonista da sua aprendizagem, o que exige uma série de competências, como explica Patrícia Genelhu, professora e coordenadora de pós-graduação da UNA Virtual.
Para Kelly, essa é uma desvantagem. “Você tem que pesquisar sozinho, buscar as próprias respostas. Não tem ninguém para te cobrar e você não tem ninguém por perto para tirar uma dúvida. Não que isso seja de todo ruim, mas é que nós já somos acostumados a ter um professor ali, sempre ao lado para ajudar.”
Os prós e os contras variam para cada pessoa. Segundo Patrícia, não existe um perfil específico para a EAD. Entretanto, aquele que optar pela modalidade deve ter consciência de que a qualidade do curso depende, essencialmente, do seu empenho pessoal. Essa diferença pode ser muito sentida por quem fez uma graduação presencial e optou pela pós a distância.
ESCOLHA Além das capacidades exigidas, o aluno deve se atentar quanto à escolha do curso e da instituição. Kelly estudou por quase dois anos em uma faculdade que não era credenciada pelo MEC. Após a descoberta, redobrou o cuidado. “Quando mudei, o primeiro passo foi olhar o registro para saber se era uma instituição autorizada. Também pesquisei a pontuação que ela tinha no Enade.”
É o que aconselha Patrícia. “É importante verificar se a instituição é credenciada para a oferta desse tipo de curso e se cumpre todas as exigências do órgão regulador, além da reputação no mercado e da sua estrutura. Somado a esses pontos, o aluno deve procurar conhecer o projeto do curso (matriz curricular, corpo docente etc.).”
Em relação à especialização, alguns fatores também devem ser levados em conta. Para a professora, o aluno deve pensar em sua estratégia de carreira, em curto e médio prazos.
A duração dos cursos pode variar entre as escolas. Segundo Patrícia, a exigência para que um curso seja considerado uma pós-graduação lato sensu é de que tenha, no mínimo, 360 horas, independentemente do regime de execução adotado pela instituição e, portanto, do seu tempo de duração. Como não existe um padrão de duração dos cursos, o aluno também deverá pesquisar sobre esse fator, sempre verificando a carga horária mínima exigida..