O ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), defendeu o tema escolhido para a redação do Enem 2015 – violência contra mulheres – e apontou a queda no número de abstenções como um avanço positivo para o exame desse ano. Ao final do segundo dia de provas, Mercadante fez um balanço do Enem e apresentou os principais números da prova. Em 2015, o Enem registrou o menor índice de abstenção desde 2009, com 25,5% dos candidatos ausentes. Na edição do ano passado o percentual foi de 28,9%.
Ao ser questionado sobre críticas feitas pelos deptutados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), de que o Enem está servindo como forma de "doutrinação imposta pelo PT", Mercadante defendeu os temas escolhidos e rebateu as críticas.
"O debate pedagógico e político é próprio de um exame dessa natureza. Mas, Simone de Beauvouir é uma intelectual de renome internacional. A questão central enfrentada por essa pensadora era a posição das mulheres na sociedade. Até os anos 1930, a mulher no Brasil sequer tinha o direito de votar. Na educação temos que estar aberto a conhecer, refletir, discutir e respeitar", afirmou o ministro.
Ele defendeu também o tema escolhido para a redação, mas informou que não teve qualquer participação na escolha. "Estamos em uma sociedade que ainda há muita violência contra mulheres. Apesar das iniciativas dos últimos anos, o esforço dos entes federados em combater a violência. Os indicadores ainda são preocupantes. Refletir sobre isso é importante. Mas o ministro da Educação não tem nenhum acesso às provas, só conheci o tema de redação hoje. Existe um sigilo absoluto. A prova é elaborada por professores universitários e especialistas. Eu acho que estão de parabéns pela escolha do tema", disse Mercadante.