Crianças em processo de alfabetização dão os primeiros passos no caminho de aprendizado. A Mesa Digital Alfabetizadora mostra que a tarefa de combinar letras pode ser uma divertida brincadeira. O dispositivo educacional é empregado para auxiliar o processo de alfabetização de alunos do Centro de Apoio Educacional Ramacrisna, localizada em Betim, na Grande Belo Horizonte.
O projeto foi implantado em 2014 para ajudar na alfabetização de crianças de quatro escolas públicas dos bairros Santo Afonso e Marimbá. Atualmente, são atendidas 230 crianças com idades entre 6 e 12 anos. Como muitas delas vêm da área rural, estão com defasagem na alfabetização. “Muitas estavam desestimuladas em relação ao aprendizado. Algumas estavam mais velhas e tinham que estudar em turma com crianças menores”, diz a vice-presidente da organização Ramacrisna, Solange Bottaro. “O projeto tem nos encantado muito. Não tínhamos expectativas tão altas e os resultados nos surpreenderam. É muito bonito a criança que conquistou a leitura buscar um livro na biblioteca para ler para a família em casa”, completa.
O processo de alfabetização é feito de maneira coletiva. Cada mesa comporta até seis alunos, que têm como peças de um jogo as letras do alfabeto. Toda computadorizada, a mesa é conectada a um monitor que mostra as palavras criadas pelos estudantes. Os alunos se familiarizaram com a linguagem escrita, encaixando blocos coloridos em um grande painel eletrônico. À medida que são encaixadas, um software especial faz com que as apareçam na tela do computador. De maneira interativa, as crianças reconhecem o alfabeto, constroem palavras, encontraram significados, descobrem acentos e interpretam textos.
As crianças aprovaram o projeto. “O trabalho com as letras na mesa digital é muito interessante, eu estou aprendendo mais”, conta Fábio Peixoto, de 6 anos. A mesma opinião é compartilhada por Samuel Gouveia Neves, de 7. A mesa é usada para auxiliar as aulas de português. O letramento ficou mais interessante com a mesa digital. “A sala é bonita, a mesa é muito chique. Eu estou aprendendo mais, a professora explica muito e ajuda os alunos com dificuldades”, diz Vinícius Santiago, de 8.
A mesa vem acompanhada de livros, que servem como base para as professoras darem aula. Desta forma, o professor trabalha o assunto abordado no livro durante a aula e, em paralelo, utiliza o recurso da mesa para complementar o assunto de forma dinâmica e participativa. A mesa pode ser utilizada por grupos de até seis estudantes e permite várias adaptações, sendo possível criar aulas diversificadas, de acordo com o nível e idade de cada turma.