O desempenho insuficiente da rede pública estadual de Minas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos finais do ensino fundamental, de 4,5 quando a meta era 4,8, e no ensino médio, de 3,5 quando a meta era 4,4, é efeito da forma como os estudantes em recuperação passaram a ser registrados em 2015. A afirmação foi feita pela secretária de Educação, Macaé Evaristo, em entrevista coletiva, na tarde de ontem na Cidade Administrativa. Segundo a secretária, antes era permitido aos estudantes em dificuldade com as disciplinas fazerem a recuperação até fevereiro do ano seguinte. Ao término desse processo de ajustamento, ele era aprovado ou não.
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Inscrições para 2017 na educação infantil municipal terminam dia 16 de setembroOlimpíada ajuda na educação nas escolas de BHA secretaria afirmou que a tendência de queda no Ideb é verificada desde 2005 no estado. A matemática foi um dos principais entraves, de acordo com Macaé. Ela afirmou que, no ensino fundamental, a rede pública conseguiu reverter a queda na proficiência em língua portuguesa, mas não teve êxito em matemática. No ensino médio, houve pequena melhora nos indicadores de proficiência em português, mas queda em matemática e aumento na taxa de reprovação. Macaé lembrou que 66% das escolas atingiram as metas do Ideb estabelecidas para 2015. “Nosso estado tem tradição educacional. Não nasce com nossa gestão nem com a gestão passada.
Os jovens com idades entre 15 e 17 anos constituem grupo vulnerável na rede pública. Cerca de 14%, nessa faixa etária, não frequentavam a escola em 2015 e 40% deles estavam atrasados. Em vez de cursarem o ensino médio ainda estavam no ensino fundamental. Os dados do Ideb, conforme destaca a secretária, reforçam resultados do Sistema Mineiro de Avaliação (Simave) que apontaram, em 2015, que apenas 4% dos alunos concluintes do ensino médio tinham a proficiência desejada tendo como base o ano letivo de 2014. “Temos 23 mil estudantes, nos anos finais do ensino fundamental, que não sabem ler e escrever. Eles são acompanhados por professores para que concluam a alfabetização e o letramento”, informou Macaé.
A secretária também apontou que a formação de professores e o tempo que eles têm de carreira nas instituições de ensino são outros fatores que ajudam a compreender o desempenho da rede pública estadual. Macaé lembrou que dos 180 mil professores da rede, apenas 60 mil eram efetivos, sendo outros 60 mil designados e outros 60 mil sob a Lei 100.