Mais uma unidade da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) foi ocupada por manifestantes contrários à PEC 241 - que propõe a redução dos gastos do governo com educação, saúde e outras áreas - e a reforma do ensino médio. Em assembleia no final da noite dessa segunda-feira, cerca de 250 alunos decidiram incluir a unidade São Gabriel, na Região Nordeste de Belo Horizonte, no movimento que ocorre em vários estados pelo país. A universidade já conseguiu a reintegração de posse que vale para todas as unidades na capital.
A PUC é a primeira faculdade particular a ser inserida na agenda de ocupações que ocorrem em diversos estados pelo país. Em informe do movimento divulgado em uma rede social, os alunos esclarecem que a intenção não é paralisar as aulas, mas fortalecer o movimento que ocorrem todo o país. “A ocupação visa estabelecer o diálogo não apenas com os alunos, mas também com os trabalhadores da unidade, tendo em vista que a PEC 55 afetará a classe trabalhadora como um todo”, afirmam os responsáveis na postagem.
Na quinta-feira da semana passada os estudantes da unidade Coração Eucarístico, no bairro de mesmo, Noroeste da capital, decidiram ocupar o prédio. Na ocasião, a universidade informou que estava em diálogo com os estudantes.
A ocupação permaneceu durante o fim de semana em que o Exame Nacional do Ensino Médio ocorreu. As provas não foram suspensas. As aulas nos cursos também seguem sem interrupções.
Reintegração de posse
Apesar do clima tranquilo, nessa segunda-feira a reitoria da PUC conseguiu decisão favorável que pede a reintegração de posse. O pedido foi feito na última sexta-feira na Justiça, após a ocupação no Coração Eucarístico. Além da unidade na Região Noroeste, a medida vale também para o campus São Gabriel e todas os outros locais da universidade na capital. O prazo para que os alunos deixem os espaços ocupados é de cinco dias, após a intimação.
No entanto, em nota, a reitoria informa que não pretende usar “meios abusivos”. Cabe esclarecer, no entanto, que o diálogo entre representantes da Reitoria e do movimento de alunos prossegue, comprometendo-se a PUC Minas a não valer-se de meios abusivos para proceder à desocupação de suas instalações, na certeza de que tal situação terá uma breve e tranquila solução”, afirma a PUC.
A universidade ainda apela para que os responsáveis pelo movimento “considerem o direito dos outros alunos”. “Mesmo compreendendo a relevância social da motivação do mencionado movimento, a Universidade não pode permitir que a normalidade das atividades acadêmicas seja prejudicada, especialmente em função da proximidade do final do semestre letivo”, afirma.
UFMG
Na UFMG o movimento também segue. até o momento, de acordo com o movimento “Ocupa Tudo UFMG” estão ocupados, os prédios da Farmácia, Ciências Exatas, Educação Física, Centro de Atividades Didáticas (CAD) 1 e 2, Música, Instituto de Geociências, Belas Artes, Faculdade de Educação, Letras, Ciência da Informação, Arquitetura, o Colégio Técnico (Coltec) e o teatro universitário. Nesses locais, não estão ocorrendo aulas.