São Paulo, 17 - Depois de quase 1 mil escolas serem tomadas em todo o País, o movimento estudantil agora se concentra em universidades e institutos de ensino superior contra a PEC do Teto e a reforma do ensino médio, propostas pelo governo Michel Temer. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), já são 194 universidades invadidas, enquanto o número de escolas - que no fim de outubro ultrapassou 920 - agora é de 391. As lideranças estudantis afirmam que os secundaristas continuam mobilizados em protestos de rua.
De acordo com os líderes estudantis, o esvaziamento das ações em escolas se deve ao fato de a maioria ser menor de idade, da forte pressão para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pela atuação mais forte das polícias para a desocupação de colégios em comparação com os câmpus universitários, que têm mais autonomia.
Carina Vitral, presidente da UNE, disse que as ações em universidades têm potencial maior para se manter. "A autonomia universitária determina que a polícia só pode entrar no câmpus com autorização do diretor ou reitor."
Segundo ela, a mudança de atuação do movimento estudantil foi importante para que continuasse forte. "A desocupação de escolas começou a ocorrer após a pressão do ministério para a realização do Enem e já havia um desgaste próprio dos secundaristas, que são menores de idade e estavam dormindo fora de casa havia mais de um mês. A mudança para as ocupações de universidade foi um reforço importante", disse.
Para Camila Lanes, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a intervenção em escolas cumpriu o seu papel por despertar a mobilização dos universitários. "Os secundaristas mostraram que essa é uma pauta nacional, que afeta a todos: universitários, estudantes de escolas públicas e particulares."
Balanço
Das 194 universidades tomadas, duas - PUC Minas e PUC-RS - são particulares.
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