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Escola modelo de ensino médio terá que mudar currículo para se adequar à MPNenhuma das 20 metas do Plano Nacional de Educação foi cumprida integralmenteMEC condiciona verbas para escola integral a desempenho no EnemConfira o que fazer para não se atrasar e nem errar no EnemTerceira edição do Você Universitário oferece 80 bolsas com até 100% de descontoEsse é o preocupante retrato da formação dos jovens no estado mostrado na Síntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015 e de outros levantamentos. A pesquisa aponta também que Minas Gerais é um estado que padece com a informalidade, falta de saneamento, urbanização e excesso de violência.
Gargalo do ensino nacional e detentor dos mais altos índices de evasão e reprovação do país, o ensino médio tem sido alvo de discussões e polêmicas para sua remodelação, que culminaram com o Plano Federal de Educação, uma proposta que gerou protestos e ocupações de escolas e universidades em todo o país. Entre as medidas impopulares dessa proposta estão o fim da obrigatoriedade de matérias como educação física, artes, religião e filosofia e também uma ampliação gradual da carga horária de 800 horas anuais para 1.400.
A proposta aguarda apreciação do Congresso Nacional. Para a pedagoga com mestrado em educação Jane Patrícia Haddad, a forma como ocorre a transição do ensino fundamental para o médio propicia esse abandono.
A pedagoga concorda que mudanças no ensino médio precisam ser feitas, mas não apoia o projeto do governo federal. “O atual ensino não atende à juventude. Temos percebido que quando os jovens atingem os 18 anos tendem a eliminar o ensino médio, por ser uma educação que não está fazendo sentido. Teria de passar por reformulação estrutural e não apenas curricular. Temos de escutar esses jovens e trabalhar num conceito de mobilização cultural”, disse.
A pesquisa do IBGE é relativa à frequência líquida dos alunos, que busca saber se a pessoa entrevistada frequenta a escola no nível que deveria pela idade.
Urbanização abaixo da média brasileira
Um estado que ainda carece de investimentos em urbanização e de grande informalidade. Esse é o retrato de Minas Gerais, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo IBGE, baseada em dados de 2015. A taxa de urbanização do estado é de 84%, sendo inferior à do Sudeste brasileiro, de 93,1%, e abaixo da média nacional, de 84,7%. “Diferentemente de lugares menores e de intensa concentração urbana, como o Rio de Janeiro e São Paulo, Minas Gerais é mais extenso e tem grandes áreas rurais”, destaca a analista do IBGE Luciene Longo.
A informalidade no mercado de trabalho atinge 41,1% dos mineiros de 16 anos ou mais ocupados, um índice superior a todos os demais estados do Sudeste, sendo que no Espírito Santo esse total é de 38,2%, no Rio de Janeiro chega a 32,9% e em São Paulo não passa de 27,6%. A informalidade mineira, no entanto, ainda fica um pouco abaixo da média brasileira, que é de 41,9%.
Em relação aos três serviços básicos de saneamento, que são o abastecimento de água por rede geral, o esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial e a coleta de lixo, a cobertura de municípios mineiros chega a 77,6% dos domicílios, um número que supera a média nacional, de 63%. Contudo, a situação é extrema nas áreas rurais mineiras, onde apenas 10% dispõem de água encanada, esgoto e coleta de lixo ao mesmo tempo. Minas Gerais tem ainda o pior índice do Sudeste quanto a crianças de 0 a 14 anos sem nenhum dos três serviços básicos de saneamento, com 8,7% desse total, contra a média de 3,1% da região.
A pesquisa também trouxe um retrato mais atual do mineiro e de sua família – uma vez que 91,8% da população do estado nasceu em Minas – em relação aos brasileiros. A taxa de fecundidade total das mulheres em Minas Gerais se mostrou menor do que no Brasil, com as mineiras gerando em média 1,59 filho, ao passo que no Brasil a média é de 1,72 filho. A gravidez na adolescência (15 a 19 anos) também ficou menor no estado (47 filhos por mil mulheres) em comparação com a média brasileira (59,4).
Em relação à mortalidade infantil, Minas Gerais apresenta uma taxa inferior à média nacional, com 11,4 óbitos por mil nascidos vivos contra 13,8. A esperança de vida ao nascer do mineiro chega a 77 anos, também superior à média do brasileiro, de 75,4 anos.