Estudantes de Belo Horizonte afetados pelo adiamento da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) reclamaram da distância dos novos locais onde a avaliação foi aplicada. Neste domingo, no segundo e último dia das provas, foram realizadas questões de matemática e linguagens, além da redação. Aplicado no início de novembro para 5,8 milhões de inscritos, o Enem foi adiado para cerca de 277 mil candidatos para este fim de semana.
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A estudante faz uma ponderação sobre as ocupações: “Eu não tiro a razão porque essa PEC irá afetar nós todos. Por outro lado, os manifestantes atrapalharam quem queria fazer a prova.
Para Vanessa, o adiamento deveria ter ocorrido para todos os inscritos, dando mais segurança em relação à isonomia do exame. “Seria melhor se a medida atingisse a todos. Eu não quis ver e não sei como foi a primeira prova”, diz. No mês passado, estudantes que prestaram o exame também não aprovaram a mudança de data para apenas alguns inscritos. Por sua vez, o Inep assegurou que as provas teriam o mesmo nível de dificuldade.
A distância do novo local de prova também foi criticada por Victor Alexandre da Silva, de 18 anos. Ele prestaria o exame na região de Venda Nova, onde mora. Com a mudança, ele percorreu cerca de 15 quilômetros até o Centro Universitário UNA.
Victor disse que não se preocupou em conhecer as questões aplicadas em novembro porque sabia que os exercícios seriam bem diferentes, embora ele acredite que o nível de dificuldade tenha sido semelhante. O estudante evitou se posicionar sobre as ocupações: “Tem gente séria e gente que está lá só para fazer bagunça. Vamos ver o que vai dar isso aí.”
Sem pretensões
Candidatos que realizaram o Enem sem grandes pretensões também lamentaram a distância do novo local de prova. Vitor Mendes, de 15 anos, ainda não tem idade para ingressar no ensino superior. Mesmo assim, decidiu fazer o exame como experiência. Em novembro, ele também realizaria a prova na região de Venda Nova e, desta vez, precisou deslocar-se para o bairro de Lourdes. Apesar de se considerar prejudicado, Vitor não tira a razão dos estudantes que participam das ocupações: “Eles têm razão.
Durante a preparação, Vitor resolveu as questões aplicadas no mês passado e discordou da equivalência das avaliações. “A de hoje estava mais difícil. Principalmente matemática estava mais complicado”, constata.
A assistente financeira Viviane Ramos, 38 anos, não teve interesse em conhecer a prova aplicada em novembro. “Eu me inscrevi no Enem por curiosidade. Formei em 1998. Já estou até fazendo especialização”, explica. Ela não viu problemas no adiamento do exame, mas também confessou que queria ter feito as provas mais próximo de casa. No mês passado, ela realizaria o exame na Escola Estadual Maria Luiza Miranda Bastos, no bairro Planalto, a 14 quilômetros do novo local, o Centro Universitário UNA..